terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Naftalina

Aviso a todo aquele que quiser ler este post que as temperaturas saarianas que acometem o interior de São Paulo devem provocar a sublimação desta humilde blogueira.

(o que não é de todo mal, já que pendurei a conta no cabeleireiro hoje e o calote será genuíno)

sábado, 20 de dezembro de 2008

Uai uai, quem trupica também cai

Estou num momento cármico com meus sapatos, só pode ser!

A segunda parte da saga contada num post anterior aconteceu ontem no fim da tarde. Eu tinha acabado de visitar uma república de estudantes no bairro do Pacaembu e estava a caminho do ponto de ônibus para ir à Vila Madalena bebemorar o segundo vestibular bem-sucedido do meu amigo. Pois bem, antes do fato ser relatado, devo fazer duas breves constatações: a rua onde estava é uma descida e os sapatos que eu estava usando são os mesmos que eu comprei no dia que arrebentei a sandália. Acontece que o pé esquerdo da minha sapatilha é meio largo (oi, todo mundo tem um pé maior que o outro ou só eu?) e ela vive soltanto.

Fatores levados em consideração, digo o que sucedeu: após andar uns 10 metros da saída da república, em velocidade normal, minha sapatilha saiu do meu pé e, diferentemente do normal, eu não consegui recuperar o equilíbrio, pois estava numa descida. O resultado não podia ter sido diferente: tomei um tombo em câmera lenta absolutamente ridículo. Eu e minha bolsa gigante caímos de quatro na calçada e eu, no auge da minha falta de equilíbrio, ainda tombei de lado, batendo com a bunda no chão.

Nos primeiros cinco segundos eu ainda me encontrava em estado de choque: não acreditava na estupidez do ato. Na verdade, poucos devem ter visto. A minha sorte é que eu trupiquei na frente de uma outra casa, na qual se econtrava um senhor que viu tudo. Ele logo veio perguntar se estava tudo bem comigo e eu disse toda machona que sim, imagina, nem ralou e.... daí que eu levantei a minha calça jeans pra mostrar que tava tudo ótimo quando vi o ralado do meu joelho. Pior, vi que minha linda calça jeans importada tinha rasgado. O tal do senhor resolveu entrar e me trazer água oxigenada e algodão, desculpando-se por não ter mais nada apropriado. Eu, morrendo de vergonha, agradeci imensamente, rindo de mim mesma por não crer na bizarrice da situação. Fiquei um bom tempinho sentada no meio da calçada, próxima à Av. Pacaembu, passando água oxigenada no joelho e pé. Menina prevenida que sou, lembrei-me da existência de band-aids inutilizados na minha nécessaire. Dois, por sinal. Curativos devidamente feitos, o vovozinho ainda me ofereceu um refrigerante ou uma água pra beber. Polidamente, rejeitei e agradeci muito toda a gentileza. E segui em frente.

Mas como a anta aqui pertence à mesma classe taxionômica que burros, mulas e topeiras, lógico que a merda não parou por aí. Obstinada que sou, resolvi ir de joelho ralado encontrar-me com meus amigos. Peguei um ônibus que vai até a Dr. Arnaldo e de lá, pegaria algum que fosse para o metrô Vl. Madalena. Coisa simples até para uma criança de sete anos, não? Mas não pra mim! Consegui a façanha de pegar o ônibus errado (tipo, já fiz o trajeto um milhão de vezes, não tem desculpa) e fui parar na Afonso Bovero, ao invés da Heitor Penteado. Quando percebi o erro, desci do ônibus e fui a pé até o metro da Vila, onde encontraria meus amigos. Depois de 20 minutos caminhando com o joelho latejando, cheguei no ponto de encontro, apenas cinco minutos antes do feliz vestibulando ter que ir embora. Na hora de ir pra casa, ainda tive que pegar um taxi, pois não havia ônibus que fizesse o trajeto até a minha casa, que não fica tããão longe do metrô. Gastei meu rico dinheirinho num trajeto que normalmente faria à pé.

Ainda assim, tive um dia maravilhoso, querido diário. Cheguei em casa, tomei banho, renovei meus curativos e fui pra Paulista com quatro amigos assistir Gomorra. Recomendo. Depois, fechamos com chave de ouro (e cebolas fritas, maionese e um garçom MUITO mal-humorado) nossa noite numa ida ao templo da glutonia chamado New Dog, no Itaim Beebee. Ri muito e comi muito, esquecendo a dor que cada degrau do cinema do HSBC me fez sofrer.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

A arte do flerte

Estava há pouco andando na rua quando o ocupante de um carro que passou por mim apenas assobiou: "Fiu Fiu!". Não sei se eu estou me transformando numa menina fácil, mas achei tão retrô que até dei um sorriso. Acho que é um alívio não ter sido chamada de gostosa, delícia ou impropérios impublicáveis...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Caderno de perguntas

Mesmo não tendo que me justificar pra ninguém, digo apenas que minha ausência neste blog se deu por conta do fim do semestre e, por consequência, do fim da minha faculdade. Sim, ladies and gentlemen, esta que vos fala está a um passo (TCC) do diploma. Que venha a champa!!!

Como eu não tenho nenhuma idéia brilhante em pauta, resolvi retomar uma daquelas brincadeirinhas que a gente fazia na 5ª série, aquele caderno de perguntas, lembram?? Então, recebi por e-mail de uma amiga (bom, na verdade uma pessoa que se encaixa na categoria spammer, então não é amiga do peito, irmã, camarada, né?). Enfim, pela falta do que fazer (OBAAA!!), mando as minhas respostas abaixo:

Onde está seu celular? Ao meu lado, vibrando, pra me lembrar de um compromisso.
E o amado? A 10.000 quilômetros de distância (no hipérbole)
Cor do cabelo? Continua a mesma, um castanho-médio virgem desde que eu nasci.
Sua mãe? Lá na nossa casa, no interiorrr
Seu pai? No serrrviço no interiorrrr
Sua irmã? Trabalhando numa loja, como mão-de-obra natalina. Também no interiorrr.
Seu filho? No óvulo número 8745b, no ovário esquerdo, acima da trompa de falópio.
O que mais gosta de fazer? Dormir, comer uma sobremesa realmente gostosa, ver meu namorado (o que quer dizer que eu estou rica e de férias, outras duas coisas boas), jogar futebol, tomar chopp com os amigos, assistir DVD em casa, embrulhada no cobertor, aprender uma nova língua... ai, que depressão essa pergunta!
O que você sonhou na noite passada? Sabe que eu lembro sempre, mas agora não me ocorre o último sonho... deve ser porque capotei absurdo essa noite.
Onde você está? No meu estágio, enrolando pra preparar a última prova e entregá-la hoje.
Onde você gostaria de estar agora? Na cama do meu namorado.
Onde você gostaria de estar daqui a seis anos? Passeando em algum lugar legal, tipo Isla Margarida.
Onde você estava há seis anos? Terminando o segundo colegial. A essa hora, provavelmente estaria em casa assistindo The Nanny.
Onde você estava na noite passada? No coquetel de lançamento de um livro.
O que você não é? Hiperativa.
O que você é? Piadista.
Objeto do desejo? Um apartamento pra chamar de meu.
O que vai comprar hoje? Comida.
Qual sua última compra? Um Io-io Crem com canudinhos de wafer. Péssima idéia! Eu gostava muito mais quando era criança.
A última coisa que você fez? Preparei as cartas que mandaremos no fim do ano para os parceiros do escritório.
O que você está usando? Uma regata branca, uma saia preta de cintura alta comprada na Alemanha, com cara de Drindl, mas sem os suspensórios e uma sandália verde.
Na TV? Sei lá, Malhação ainda passa às 17:30??
Seu cachorro? A Meg Ryan, linda e loura, minha querida labrador, fica lá na casa dos meus pais.
Seu humor? Em público está sempre bom.
Com saudades de alguém? Vide arriba, só botar Tico e Teco pra funcionar.
Seu carro? Só ando de Mercedes, Volvo e... Caio. Com motorista e 44 lugares.
Perfume que está usando? Red Apple, da Donna Karan.
Última coisa que comeu? O tal do Io Io Crem nojento.
Fome de quê? De férias na praia.
Preguiça de? Fazer a prova.
Próxima coisa que pretende comprar? Ué, pergunta repetida... se for algo factível, então um mini SD card pro meu celular, com uns 2 GB.
Seu verão? Será desfrutado no escritório, pra cultivar a barriga branca da qual eu não me orgulho.
Ama alguém? Alguéns.
Quando foi a última vez que deu uma gargalhada? Hoje, sozinha, com o e-mail de uma amiga.
Quando chorou pela última vez? No fim-de-semana, vendo um filme.

sábado, 22 de novembro de 2008

Lembrancinhas

O feriado não serviu pra descansar. Foi só pra ficar no batente doméstico, na casa dos meus pais, aqui no interior.

Sexta-feira foi o dia da faxina. Desde que eu tenho o meu próprio quarto nesta casa (2003), ele nunca foi realmente utilizado. O que significa que ele também nunca foi decorado ou mobiliado, sequer. É importante dizer que desde aquele ano eu moro fora de casa, seja devido ao intercâmbio do colegial ou à faculdade em Sampa City. Então o meu quarto, que não é feio nem nada, ficou aos cuidados da minha família, que foi ajeitando ao próprio gosto, já que virou uma espécie de depósito de roupas da minha irmã e de móveis obsoletos para o resto da casa. Assim, o meu quarto tem uma "decoração" esquizofrênica, não podendo ser chamado, portanto, de aconchegante.

Para piorar, eu realmente acumulei tralha durante os últimos anos da minha vida. Com os dois intercâmbios feitos nos últimos anos (o segundo foi no ano passado), consegui a façanha de juntar as mais diversas lembrancinhas de cada viagem, cada país, cada festa. Minhas malas de viagem sempre voltam abarrotadas de porcarias como porta-copos de cerveja, postais, souvenirs, pedacinhos de objetos, papéis rabiscados, etc. Mesmo que as lembraças não sejam tão duradouras, essas porcariazinhas ficam lá no canto, acumulando pó, ocupando espaço. Mas não pense que eu sou apegada às minhas coisas. Se tem uma coisa que as minhas frequêntes mudanças de endereço me ensinaram foi a prática de jogar as inutilidades fora e passar pra frente aquilo que ainda pode ser aproveitado, como roupas, material escolar ou enfeitinhos. Eu faço uma "catação" de coisas umas três vezes por ano. Mas nessa última vez foi pra valer. Não aguentava mais ver tanta tralha acumulada no meu quarto, dividindo espaço com os sapatos da minha irmã e as roupas passadas da família toda. Eu resolvi me dar um quarto gostosinho pra quando viesse visitar a minha família.

Foi cansativo. Fiquei das 11 às 21 hs arrumando o meu canto. Joguei toneladas de papel fora (no lixo reciclável, ok? O que dava pra aproveitar foi pro rascunho.) e comi muito pó, pra alegria da minha rinite. Enchi uma mala de roupas, outra de sapatos. Tirei todas as coisas que não me pertenciam do lugar, menos os sapatos da minha irmã, já que ela foi irredutível. Coloquei mais fotos bacanas no meu mural. Pendurei um móbile liiiindo que eu havia comprado em Barcelona em fevereiro e que ainda não tinha saído da embalagem. Também reinstalei outro móbile fofíssimo de Buenos Aires que enfeitava meu antigo apê em São Paulo. Dividi minhas bijuterias (e joia, no singular) em caixinhas e coloquei uma toalhinha de patchwork em cima da cômoda. Arrastei a minha cama em direção à parede e fiquei com apenas um criado-mudo. Arrumei minhas roupas em ordem cromológica pra fingir que eu sou organizada. Separei todos os meus livros e coloquei num armário em outro quarto. Pedi pra minha mãe de Natal duas prateleiras brancas pra trazer os tais livros de volta pro meu quarto, para eu poder apreciá-los na hora que quiser. Coloquei cada CD em sua devida caixa. Me emputeci quando não achei a caixa ou o CD correspondete. Culpei a minha irmã e acabei achando a trilha sonora do Bridget Jones II. Por fim, guardei as minhas cartas no lugar especial delas. Dessas eu não me desfaço nunca!

Foi nesse momento de reler as cartas que eu acabei tirando da poeira uma amizade muito querida e que foi deixada por mim num canto, esquecida, entre sandálias-plataforma e canetas que não pegam mais. Reencontrei no meio da bagunça a minha amiga Jana, da África do Sul. Foi surpreendente ver a quantidade de cartas que ela havia me enviado. Todas muito lindas! O incrível é que quando nos conhecemos, na Alemanha, tivemos muito pouco contato. Saímos algumas vezes, mas a estadia dela foi breve. Trocamos e-mails e endereços e continuamos a nos falar, dessa vez de uma maneira muito mais profunda e frequente. Posso dizer com convicção que a conheço melhor pela escrita do que pessoalmente. Suas cartas vinham sempre acompanhadas de um cartão-postal, algum desenho, caligrafia impecável, fotos dela na fazenda de sua mãe e textos deliciosos de ler, num inglês tão perfeito, misturando toques de Afrikaans, sua segunda língua materna. Quando Jana se mudou para os EUA, para continuar seu trabalho como missionária e ativista de causas humanitárias, perdemos o contato. Não sei quem foi a última a escrever e se a culpa do fim da troca de cartas foi nossa ou de um extravio nos Correios. Sei apenas que paramos de nos falar e que isso me fez falta. Não percebi que sentia saudades até ontem.

Portanto, arrumei meu quarto e tive um bônus. Estou escrevendo, ou melhor, preparando uma carta para Jana. Preciso primeiro descobrir se o endereço dela continua o mesmo. Afinal de contas, se ela for como eu, com seu nomadismo vai acumular muito pó, por sua vez na caixa de correio.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Montagem Ingrata

Como eu já falei nesse post anteriormente, a função deste blog não é fazer fofoquinhas. Mas o que eu vi hoje na página de Celebridades do UOL (vão achar que eu sou uma velha fofoqueira, daquelas que compra Tititi e passa o dia olhando a rua) merece destaque. A questão não é o acontecimento, os envolvidos, não são os tóchicos e nem se eu faço ou não com bigodinho. O que me chamou a atenção foi a imagem ao lado--->

Tudo bem, não tem como webdesigner nenhum prever que a cagada vai acontecer, mas essa montagem não-intencional do tronco de Brad (com os olhinhos fechados, cara de prazer) com as pernocas de Daniele Winits, num look preto total ficou muito engraçada.

Pode ser que só eu tenha pensado nisso, mas não deixei de laugh my ass off. Ficou uma coisa meio Victor Victoria.

Mas pensando bem, eu faço, até de bigode e pernas depiladas!

Ho hoho hoho e uma garrafa de rum!

Odeio gente que dá uma de papagaio de pirata.

Hoje eu fui aos Correios. Na entrada tem um rolo de senhas e nos guichês tem um daqueles painéis eletrônicos que dão aquele sinalzinho irritante pra avisar qual é a senha da vez, enquanto a turma pode esperar pacientemente sentada em um dos vários bancos acolchoados. Mas SEMPRE tem um infeliz que ignora solenemente todo o aparato tecnológico instalado e dá uma de Gerson furando a fila.

Na minha vez, levantei e me dirigi ao guichê. Comecei a minha operação tira-pacote-da-mala. Sou famosa na agência por sempre levar zilhares de envelopes de uma vez, o que sempre torna o meu atendimento demorado. Até aí tudo bem. Só que num determinado momento, eu notei a presença de uma mulher ao meu lado, meio que espiando o que estava acontecendo. Depois de alguns momentos da tormenta, reparei que ela não era apenas curiosa. Estava lá pra ser atendida. E não era que eu tivesse roubado a vez dela na senha, não. Eu estava no meu direito de postar as minhas coisas no meu tempo e do meu jeito. E se eu tivesse postando uma caixa repleta de materiais eróticos? Eu poderia ficar constrangida! Só sei que quando eu terminei tudo, paguei, fechei a minha mala e fui dar a meia-volta pra sair. A dona corujona estava tão perto que eu acabei atropelando o pé dela com a rodinha da mala. Não pedi desculpas. Falei um "Com licença" mau-humorado e saí. A fia foi logo conversar com o atendente, que mal teve tempo de organizar os meus pacotes.

Como eu queria que eles instalassem lá aquelas fitas de isolamento e colassem um adesivo escrito "Mantenha a discrição. Aguarde ser chamado" no fim da fila. A tchurma é muito folgada. Isso quando não vem ninguém "Só fazer uma perguntinha, rapidinho!". Dá vontade de mandar virar comida de tubarão!



"Eu sou o pirata da perna de pau, do olho de vidro, da cara de mau!"

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Gata-borralheira

Se, por acaso, alguém viu ontem uma moça subindo a Rua Teodoro Sampaio descalça, por volta da uma da tarde, muito prazer, sou eu. Não, eu não sou hippie que vende pulseirinhas de ratan, nem ativista do Greenpeace, nem uma artista-plástica doidona fazendo performances nos grandes centros urbanos. Eu sou apenas uma vítima das porcarias de calçadas de São Paulo, principalmente no circuito Pinheiros-Vila Madalena.

Todos os dias, eu faço uma conexão (que chique, benhê!) de ônibus no Largo da Batata. Desco de um ônibus num ponto e vou caminhando até outro. Processo que tira menos de cinco minutos da minha vida diariamente. Pois bem, acontece que o trajeto é praticamente um 200m com barreiras. No caminho estão zilhares de pedestres, camelôs (que muitas vezes bloqueiam toda a largura da calçada, o que nos faz andar pela rua), carroças de papelão e os malditos buracos. Claro que ninguém tocou no tema "crateras urbanas" durante as eleições. Enquanto isso, deficientes físicos, idosos, mães guiando carrinhos de bebê e, por que não, todo o resto da população tem que fazer malabarismos para andar pelas calçadas de bairros bastante centrais. Foi num desses buracos da Av. Faria Lima que eu torci meu pé e arrebentei a minha sandália anabela.

Quero adiantar que, ufa!, não cheguei a machucar o pé, mas bem que poderia. Apenas a tira frontal da sandália que se soltou. O que não deixa de ser um grande inconveniente. Antes fosse a tira traseira, aquela que prende o calcanhar, dava pra andar por aí usando um "tamanquinho acidental". Mas tente andar de sandália (de salto) sem a tira da frente. Simplesmente não rola. O camelô ao meu lado até tentou ajudar, colocando a tira entre os meus dedos, sem sucesso. Eu desisti das tentativas frustradas, tirei os dois pés da sandália e fui fazer um dos programas preferidos das mulheres por obrigação: comprar sapatos.

As pessoas me olhavam incrédulas. Como uma moça toda arrumada sai andando por aí, no melhor estilo Turma da Mônica. Não consegui nem ficar emburrada. Ficou até difícil segurar o riso de tão ridícula que era a situação. Quem conhece aquele trecho da Teodoro, sabe que é uma porcaria só. Bitucas de cigarro são o menor problema. Tem todo tipo de lixo espalhado pelas calçadas, sorvete derretido, poças formadas por ar condicionado, pedrinhas, vidro.... Em busca de uma loja de calçados, fui parando de camelô em camelô pra ver se eles vendiam algo além de Nike Shox falsificado. Depois de duas tentativas frustradas em lojas vagabundas, encontrei uma decente.

Como diz o provérbio, fiz dos limões uma limonada. Resolvi aproveitar a situação, afinal, eu entrava nas lojas e falava para os vendedores "Eu preciso de um sapato", mostrando minha sandália arrebentada. Não queria comprar Havaianas, não. Já que eu estava lá, que fosse pra comprar um sapato bonitinho, oras. Saí da loja toda pimpona com minhas sapatilhas novas. Achei o máximo, inclusive, que os preços daquela loja (Shoe Biz, pras interessadas de plantão). São realmente justos. A gente fica acostumada com as cifras de três números da Arezzo e da New Order e nem pensa que, no caminho por onde passamos diáriamente, existe um sapato esperando para ser chamado de seu.

Essa é minha história do dia. Caso a fatura do cartão venha a me assustar, vou simplesmente me lembrar que meus pés estavam encardidos e não podiam continuar a ver o chão, assim, tão intimamente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Surpresa!!!

Por vezes, chego mais cedo do que o combinado no meu estágio, no meio da manhã. Como eu não costumo avisar meu chefe com antecedência, já que com maior frequência do que o desejado as minhas aulas são canceladas, eu acabo o surpreendendo.

Houve uma vez, num dia de muito calor, em que eu entrei na sala e o surpreendi de camisa completamente desabotoada, em frente ao computador, de ventilador ligado. Ele se assustou com a porta sendo aberta e se levantou em direção ao banheiro, o que não impediu que eu observasse a cena bizarra. Ele se justificou por causa do calor sauna que fazia. Eu, relativamente constrangida, mas com vergonha alheia acima de tudo, disse que tudo bem, que realmente estava uma caldeira a céu aberto.

Aí eu me pego imaginando às vezes: já pensou se eu entro na sala de repente e ele acabou de soltar um daqueles puns bem fedidos? Tipo, que desculpa ele daria? Ninguém trabalha lá além de nós dois e estamos longe de qualquer rio que possa ser responsável por uma bufa. Deve ser uma daquelas situações de silêncio mortal de cinco segundos, seguida de algum comentário aleatório em relação ao tempo, ao trânsito ou à alta do dolar, naturalmente acompanhado de bochechas muito rosadas. Das duas partes.

Mas não foi por isso que eu comecei esse post. Na verdade, eu queria meio que reclamar (¨meio¨ porque eu não chego a me incomodar, mas não acho muuuito certo) que nas duas vezes que eu cheguei mais cedo no escritório essa semana, encontrei a esposa dele usando o meu computador para resolver questões do trabalho dela. Num dos dias, inclusive, ela estava acompanhada por uma cliente ou sócia, não sei. Mas sempre que eu entro e a surpreendo assim, eu ouço um ¨Opa, tô ocupando seu lugar, né? Já tô saindo¨, e eu faço aquela cara de ¨tá tudo bem, eu preciso fazer um xixizinho mesmo antes e posso arrumar a minha bolsa em cima da cadeira e... olhar pela janela, ver como estão as outras coisas que eu não tenho pra fazer longe do computador¨. Daí ela arruma as coisas meio rapidinho, não sem antes ter espalhado a minha bagunça de folders de um jeito que eu não encontro mais nada.

Na boa, isso não chega a me irritar nem nada, mas eu acho meio folga alguém usar o escritório alheio para resolver pendências sendo que existe na casa dela (não sei se ela tem escritório próprio) computador e acesso à Internet. Mais folga ainda é levar cliente ou sócia pra ir junto. Alí não deixa de ser um local de trabalho de outras pessoas. Sem contar que é um relativo abuso das coisas que são propriedade de outra empresa (meu chefe não é autônomo, pertencemos à uma grande organização).

Pode ser que tenha dado um ataque de ética empresarial em mim, mas eu não ficaria incomodada caso ela pedisse para receber ou passar um fax lá, afinal de contas, nem todo mundo tem um fax em casa.

Sei lá, foi um desabafinho não muito mal-humorado. Talvez seja mania mesmo de criticar.

Deixa de ser cri-cri, menina!

Servimos mal para nunca mais servir(mos?)

Declaro neste post, para conhecimento de todo aquele que quiser saber (ou não, mas vai saber, porque está lendo), que a partir de hoje eu não frequentarei mais a padoca da esquina. Estou boicotando oficialmente o estabelecimento que me fez até criar um marcador próprio neste blog. Além das intermináveis esperas para passar o meu cartão de crédito, agora eles resolveram aumentar em R$ 2,50 o preço do quilo de comida, o que vai além da inflação que opera neste país. Não bastasse o disparate, ontem, quando fui fazer a minha última e derradeira refeição por lá, acabei achando uma bolota de gordura gigante dentro de cada almôndega. Inconformada, chamei o gerente. Escusando-se, o maître disse que as tais almôndegas vinham prontas, da Sadia (aham) e que se eu quisesse, poderia refazer o prato. Voltei ao bufê, bufando (trocadalho do carilho), e coloquei spaghetti e caneloni no meu prato, pra não dar erro. Deu. O spaghetti estava mal-cozido, e eu tive que mastigar fiozinhos crus al sugo. O caneloni era recheado com ricota de vômito de bebê.

Não adianta, nunca mais volto. Vou retornar ao antigo porkilo da outra rua. É um pouquinho mais caro, mas a comida é muito melhor e aceita o meu lindo cartão assim como um pai recebe o seu filho pródigo.

Nhammmm

El conductor de la buseta

Uma das opções de transporte coletivo que eu tenho na minha rua é um micro-ônibus. Dependendo do horário, até dá pra arranjar um lugar para eu me sentar. Essa semana, indo para o estágio, fui subir no tal do ônibus. Quando vi, estava lotado. Milhares de pessoas se amontoavam naquela parte antes da catraca. Eu, toda atrapalhada, com bolsa, celular, fones de ouvido e Bilhete Único em mãos, fiquei atordoada me equilibrando nas primeiras curvas. Quando eu percebi, o motorista era uma verdadeira lesma, que ao invés de acelerar com o farol verde, seguiu em ritmo de bossa nova em direção ao cruzamento. Sua lentidão foi tal, que o semáforo fechou quando finalmente o alcançamos. Não bastasse sua estupidez, ele começou a cantar ¨Tá vermelho! Tá vermelho! Tá vermelho!¨e bater palminhas. Foi quando a moça que entrega aquele jornal de distribuição gratuita apareceu que as coisas começaram a ser esclarecidas diante de meus olhos míopes.

Segundo um outro passageiro esmagado, o tal do motorista era o boa-praça garanhão. Realmente, todas as pessoas que se aglutinavam em sua volta eram mulheres, pavoneando em cima do Don Juan dos Corredores. O boa-pinta, gracinha após gracinha, começou a distribuir os jornaizinhos, dizendo que eram gratuitos, mas quem quisesse poderia colaborar com a ¨caixinha¨. As maria-catraca se acotovelavam para receber atenção daquele que me tirava do sério. Semáforo finalmente cruzado, percebi que aquela aglutinação de feromônios realmente só acontecia na frente do ônibus, o que quer dizer que a minha bunda esmagada na porta, danto uma vista fenomenal para todos os outros motoristas desavisados de São Paulo, foi exibida à toa. Inconformada, girei a catraca para o mundo da não-idolatria de um homem com a camisa azul de mangas curtas.

Sou eu ou o sex-appeal de alguém diminui consideravelmente num ambiente CCzento??

terça-feira, 4 de novembro de 2008

RDBosta

Na primeira página do UOL havia uma chamada para a notícia de que existe um acampamento de fãs da banda (cof) RBD na marginal Tietê. Eles estão à espera do show do dia 29 de novembro, tido como a última apresentação do grupo, que vai se desintegrar (oh, que inesperado para uma banda pop!).

Não vou nem falar a minha opinião sobre a falta de chineladas dessa turma que ficará um mês dormindo com a sinfonia dos caminhões que passam na frente do Anhembi. Mas confesso que perdi lindos minutos da minha vida para rolar de rir com a história toda. Vou deixar que os comentários da notícia falem por si (sim, eu sou loser e fiquei lendo zilhares de comentários. Juro que viciei):

adriana saraiva • atibaia • SP • 43
04/11/2008 • 14:37
olha eu acho que fã é capas de muita loucura por causa de um idolo,minha filha é uma fã do rbd mas jamaisdeixaria ela arriscar a vida assim como estes adolecentes estaõ fazendo ,e o pior e que os intregrantes do rbd não taõ nem ai pra eles só querem ganhar a graninha deles e baybay,´so vaõ fazer esteshow pra cumprir contratos naõ por amor aos fãs brasileiros vcs tirem pelo preço do ingresso é um roubo e quem gosta da banda é as classe mais pobre que naõ vaõ ter condições de comprar um ingresso e o show mais caro do que qualquer outras bandas com mais fama.e ja comprei o ingreço sem precisar sair de casa,mas é muito triste saber que muitos naõ poderaõ fazer o mesmo.


Oi, que tal uns pontos finais, umas vírgulas, um curso de como colocar o til em cima da letra certa, um inglês básico na Fisk, um pluralzinho, uma aula de marxismo? Te ofereço tudo isso à domicílio (sic), afinal, amiga, você já tem 43 anos e compra tudo sem sair de casa.

juliana • brasilia • DF • 17
04/11/2008 • 14:29

concerteza eu faria isso pelo o rbd .eu ja fez pior quando eu fiquei sabendo que eles ireim se separam eu quiz me matar so que a minha prima cheigou da hora e nao deixou amoooooooooo rbd faço de tudo pro eles ... rbd sempre este fas estam de parabens .....

Amiga, eu sei que durante o terceiro colegial a vida é muito complicada. O stress é tanto que esquecemos até como escrever, ainda mais quando o nosso fraco são exatas e nos permitimos faltar à aula de redação para treinar logarítimo. Beijosenãosemata.

Carolina Kaiser • Maringá • PR • 13
04/11/2008 • 14:09

Se tivesse na minha cidade, eu acamparia :) Cara, a gente tem que ser feliz, de que adianta se matar de estudar se daqui um ano a gente esquece metade da matéria?¬¬ metade dos meus melhores amigos, eu conheci por causa do rbd. E pra quem tá falando mal dos divos: FAÇAM MELHOR :D porque duvido que algum de vocês consegue conquistar tudo o que eles já conquistaram e opinião é opinião. cada um tem a sua, e é educação respeitar a dos outros ;]

Carol, falou e disse. Essa turma realmente se encheu da escola e foi esquecer toda a matéria no acampamento. Deixe seu cérebro lá você também! Pinte o cabelo de loiro e vá rebolar. Você tem futuro neste país, menina!

lipe • são paulo • SP • 21
04/11/2008 • 13:23

tenhu daus irmãs uma de 20 e outra de 12 infelizmente elas adoram isso mas até a de 12 tem masi mentalidade que isso e os integrants taum durmindo no bem bom e ganhando grana em cima desses povos muito infantil e sem cultura faze isso se fosse uma banda internacional famosa historica poderia pensa mas essa bandinha para so criança mesmu

Esses povos muito infantil, mesmo, lipe, ao contrário da sua irmã com mais mentalidade. Aliás, e a sua cultura, como vai?

pry • lem • BA • 16
04/11/2008 • 12:10

cada pessoa tem seu cinco minuto de loucura mais estas pessoa sãos completamente loucas com vidas ganhas..kkk q q uando chegar em suas casas vai esta tudo massa tudo fora do seu absoluto lurgar...rsrs

Pry, o que são pessoas com vidas ganhas? O que vai estar massa em casa? O que é lurgar? Você já aceitou o plural na sua vida?

andressa • • PR • 17
04/11/2008 • 10:57

sou fã de verdade do RBD desde sempre,desde o inicio todos os dias ouço, leio, fotos etc etc. E não é pra provar meu amor por eles q eu vou dormir fora de casa, perder o meu trabalho (não q eu ame) mas isso já eh anormal, não ia deixar de fazer minhas coisas para ACAMPAR em si, mas por ELES diretamente pra eles eu faria tudo, mas isso de acampar não, afinal se o ingresso já tá garantido e etc se for pra ser o destino colabora e você alcança seus sonhos, sem planos...e principalmente sem acampar, passar fome, frio, falta de banho hm' huahua mil vezes minha casa moh cnfortavel. e no final nem vao saber q vc foi o loki q acampou o show acaba e tchau :'( infelizmente

Eu não sei como se ouve e lê fotos e tchau :´( infelizmente

Anonima • macaé • RJ • 14
03/11/2008 • 21:48

Sim,logicvo que acamparia.mas minha familha não deixa.nunca fui em show de rbd.fico pasando mal em casa e ninguem liga pra min.quase ja vi a morte ´prate noção.mas mesmo assim ninguem me aconpanha

Amiga, entendo que a morte quase apareceu diante de seus olhos, mas querer que alguém que te acompanhe é homicídio, e pode te levar ao reformatório.

Nanny • • SC • 14
03/11/2008 • 21:12

Quem naum gosta de RBD naum é nem ta pra ta lendo a matéria ! Poxa se naum gosta fica qieto e naum fica criticando ngm! Pq eu sei q se eu falasse mal dos JB ou do McFly vses naum iam gostar Não sou apaishonada pelo RBD mais ja fui num show qndo eu morreria por ele! Claro q naum faria isso que eles taum fazendo mais tbm naum to falando mal horas a vida é deles!

Concordo. Odeio JB (e qualquer outro uísque) e McChicken, mas não fico falando mal deles. Horas, cada um gosta do que quer e fica qieto.

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Entendem agora como é fácil me fazer rir?

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Onicofagia

Umas das manias que eu considero mais nojentas e feiosas é a de roer unhas. Me desculpem os leitores deste humilde blog, caso sejam praticantes do hábito, mas há poucas coisas tão repugnantes quanto observar alguém comendo seus restos de queratina.

Ontem pude observar dois exemplares da espécie humana praticando o delito de forma hedionda. A primeira das algozes do bom-comportamento era uma menina que foi assistir uma aula na minha turma. Era a namorada de alguém que foi apresentar trabalho. Sem exagerar, eu não vi a menina sem o dedo na boca. Ela ficou a aula inteira mordendo, mastigando, cutucando e atacando mais e mais suas unhas e cutículas. Ou o que sobrou destas.

Depois da aula, no já banheiro público mais conhecido como ônibus, eu observei horrorizada, de boca aberta e olhar de desaprovação, um marmanjo praticamente engolindo suas unhas, dedos e mãos ao mesmo tempo. O ogro, pelo jeito, roía os tocos de unha com os molares. Ele enfiava seus dedos tão profundamente na boca que parecia que ele queria se matar engasgando. Além do mais, que nojo, hein, enfiar a mão na boca, no olho ou no nariz depois de segurar numa barra de apoio do ônibus. Eu não encosto em nada, muito menos em comida, se eu tive que me segurar dentro do pau-de-arara naquelas barras ensebadas. Eca.

Imagina que nojo que deve ser beijar uma pessoa que rói unha. Se eu souber que o cara pratica o hábito, não tem segunda chance. Que asco daqueles restos de unha grudados no céu da boca... Eca, eca, eca!

Gente, vamos combinar que dá nojinho ver vocês comendo pedacinho de unha. Imagine o choque em ver alguém comendo caquinha de nariz ou caspa de cabelo. Pra mim, é tudo a mesma coisa. Na minha terra isso tem nome: porqueira.

sábado, 25 de outubro de 2008

O samba que você me convidou

Esse post aqui não é de reclamação. Vou mudar um pouco o humor neste lindo sábado ensolarado para fazer um sincero elogio e uma recomendação.

Ontem eu fui com umas amigas numa balada chamada Aldeia Turiassú. Isso, fica lá na Rua Turiassú, em Perdizes. Pelo que eu entendi, não é uma balada convencional, mas sim um espaço para festas e eventos. A cada quinze dias acontece o samba-rock (muito mais samba do que rock. Não ouvi nenhuma vez tocar Jorge Ben) com uma banda enooorme. Só tenho elogios!!!

A começar pelo lugar, que é super bonito, com cara de armazém. É bem ventilado, o que evita aquela fumaceira de cigarro e o calor insuportável (claro que sambando a gente morre de calor de qualquer jeito). Na entrada tem uma área aberta, com bancos de alvenaria e um jardim, que ontem estava florido, lindo! Faz toda a diferença. Dentro do local tem muito espaço, dá pra dançar à vontade, que nem uma porta-bandeira rodopiante. As bebidas são baratas (água R$ 2, cerveja R$ 3 e caipirinha de pinga R$ 10), tem desconto na entrada para estudantes (R$ 25) e, acima de tudo na escala de importância, é bem frequentado.

A maioria do público é de estudantes universitários, com cara da PUC. Um pessoal tranquilo, que está lá pra ouvir uma boa música e dançar a noite toda. Tem gente que arrisca dançar gafieira, e fica até bonito. Eu fui abordada umas duas vezes pra dançar, mas recusei porque sou ruim mesmo, e não porque os caras fossem pegajosos. Aliás, não é dessas baladas-pegação. Se você fala ¨não¨ pro cara, ele te deixa e vai curtir o samba. Também tem gente mais velha, casais de meia-idade que vão curtir um sambinha e dançam muito fofos coladinhos.

Eu vi um cara de boné pra trás, mas a balada não tem dress-code. É bem tranquila nesse sentido. Pode ir de cara lavada, saia e sandália confortável, porque o esquema é mostrar toda a sapucaí! Não me senti overdressed de salto, mas adoraria estar de sapatilha para dançar sem dor clássicos de Carmen Miranda, Chico Buarque, Noel Rosa...

Fica aí a dica. Eu voltarei com certeza. E ainda vou levar gringos um dia pra conhecerem uma balada com boa música, boa gente, boa caipirinha pra arrastar sandália até gastar...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

As popozudas perde (sic) a linha

Olha só o desaforo:

Hoje, no Largo da Batata, eu estava passando na frente de uma barraquinha de camelô que tocava um funk horroroso no último volume. Uma senhora franzina verbalizou tudo aquilo que eu queria falar já há algum tempo:

- Abaixa o som dessa p*rra, c*ralho!

A resposta infame do velho ambulante barrigudo com camisa aberta foi:

- Que foi, tá com pobrema sequissual?

Ô da barriga, vamos com calma. Primeiro que a sua caixa de som infesta nossos dias com uma música terrível a 45897 decibéis. Segundo que mulher não pode reclamar que já é considerada insatisfeita sexualmente (mais conhecida como mal-comida)? Essa lógica deve fazer sentido para o senhor, já que não há nada mais machista do que o que toca na sua vitrolinha...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Quatro-olhos

Por que será que no dia em que faz um sol desgraçado na hora de sair de casa, um temporal se aproxima e o cinema está me esperando, eu tenho que usar óculos ao invés de lentes???

É importante esclarecer que: eu sou viciada em óculos escuros, óculos embaçam quando chove e eu enxergo muito pior de óculos de que de lente.

Maldito o dia em que meu olho resolver ter frescura! Não consigo nem reconhecer que ônibus se aproxima!

sábado, 18 de outubro de 2008

Pra você, com carinho.

Ainda na rota mau-gosto deste sábado (não falta assunto pro tema), gostaria de compartilhar uma brincadeirinha com vocês, queridos leitores do blog.

Entrem nesse link e vejam quem vai ganhar um presentinho do cantor Belo.

(Se quiserem aloprar um amigo, essa é a chance!)

Gostohraro

Eu sei que chochação não é a finalidade do meu blog. Deixo a tarefa para aqueles que o fazem mil vezes melhor do que eu, como os linkados ao lado Shoe-me e TDUD? Mas certas coisas surgem na nossa vida e não podem passar desapercebidas. Uma dessas, hm, situações é a descoberta de uma marca chamada Ropahrara. Rezam as más línguas que todas as mulheres-bunda do showbiz brasileiro têm cartão-fidelidade da marca. Como o gosto, hmhmhm, sensual dessas moças é bastante conhecido, eu fui checar que loja era essa e que tipo de roupa eles vendem. Minha pesquisa rendeu momentos de muitas risadas. Existe realmente quem fabrique as roupas que a gente vê as dançarinas de axé, funk, música ruim, usando. Achei que elas mandassem as costureiras adaptarem aqueles vestidos para o comprimento ¨aPPPertado¨.



Enfim, mesmo com muitas escolas de moda em todo o território nacional, existem profissionais que se ocupam em se eximir de todo bom-gosto para desenhar e confeccionar os modelitos da (cof) grife.



Vejamos um exemplo

Por onde começar? Vamos por ítens:

- A cor: amarelo-cintilante. Olha, nunca que essa cor deve ser usada, pra nada. Não serve nem pra pano-de-chão porque qualquer cintilante é sintético e não absorve nada. Não serve pra lençól de motel, nem pra forro de bolsa, nem pra bandeira do Brasil em época de copa. Pra nada, enfim.

- É pra ser usado na rua, no palco, na cama ou na praia? Ou é um multi-uso? Porque, pensando bem, se você estiver se apresentado num show de funk e tiver o maior calorzão, é só tirar as luvas e as ¨calças¨ que o figurino pode virar biquini . Ou ainda lingerie, dependendo da situação, caso um dos integrantes da banda quiser dar uma furunfada lá atrás da grua.

- Pra que servem os furos? Eu até entendo os furos de outros modelitos, como aqueles que ficam no meio da barriga, pra mostrar o piercing no imbigo. Mas esses? Imagina se a fia for fazer uma sessão de fotos sensuais no Piscinão de Ramos? Vai ficar cheia de marcas de sol em forma de traça?

- E a sandália de acrílico? Tudo bem que não é exclusividade dessa produção, mas taí um sapato que eu nunca entendi. É pra parecer que a moça tá flutuando no ar? É pra ficar mais alta sem que ninguém perceba que você está usando salto? É pra matar barata sem que ela veja o sapato transparente se aproximando?

Como dizem os narradores do Polishop, ¨Mas não é só isso!¨. Além de toda as bizarrices do site, exite um perfil no Orkut sobre a marca. Pra facilitar a vida dos queridos leitores, aqui vai parte do perfil (grifos meus):

Descrição do trabalho: Ropahrara moda exótica trabalha com o que há de mais sofisticado em vestuário, com looks altamente desenvolvidos para realçar a beleza feminina, uma marca criada para quem degusta de glamour! Com um designer ousado e poderoso, a marca vem a cada dia conquistando e surpreendendo os consumidores mais exigentes. A grife utiliza de materia-prima, o que existe de mais moderno e conceitual em materia têxtil. Ropahrara é referência entre os produtores de moda mais badalados do país, a mesma que está conquistado varias celebridades . Ropahrara também é marcada, pelo seu atendimento diferenciado e irreverente, onde os profissionais estão preparados para ajudá-lo a escolher o que melhor se encaixa com o perfil do cliente.

A capacidade de redação é igualmente proporcional ao bom-gosto da marca. Adoraria saber algumas coisas: que sabor tem glamour? Que designer é esse, ousado e poderoso? Que linha-de-produção não usa matéria-prima? Quem está conquistando as celebridades?

Ai, são tantos questionamentos! Eu devo ter ficado meia tonta depois de confundir a Mulher-Melancia com uma salsicha Sadia nas fotos do perfil da marca no Orkut. Imagina se alguém acaba colocando uma fruta no cachorro-quente? Neste caso, com muita gordura saturada.

Mulher-farofa

Toda vez que eu tenho que pegar ônibus no Largo da Batata (pra quem não sabe, o ponto mais farofa-com-guaraná daqui de Sampa, além de quase ser um terminal de ônibus) acabo tendo novas experiências dignas de relato.

Ontem, voltando pra casa, tive que esperar meu ônibus por volta da meia-noite. A região é bem conhecida por concentrar 98% dos rastepé de São Paulo. Como não podia ser diferente, a poluição sonora forrozenta começa já no happy hour. Como eu cheguei na hora da ferveção, tinha muita gente na frente dos bares e (cof) casas de show. Mas o pico do mau-gosto (11, numa escala de 0 a 10) foi quando uma banda tocou Créu em ritmo de forró.

Alí jaz a música brasileira.

Companhia Limitada

Que o mundo está cheio de incompetendes, todos já sabem. Eu sei que eu vou chover no molhado neste post, mas é que ontem tive três exemplos de que os chefes não dão a mínima por contratar pessoas que não sabem nem quanto são dois mais dois.

Situação número um: o telefonema que eu tive que fazer à tarde, do meu estágio, para uma universidade nos confins deste país. Eu liguei para a faculdade de agronomia dessa instituição para perguntar o e-mail de contato. Um homem atendeu o telefone e eu fiz o meu pedido:

- Boa tarde, eu gostaria do e-mail da Faculdade de Agronomia, por favor.
- Olha, eu não sei informar, não.
- Mas eu não liguei pra Faculdade de Agronomia?
- Ligou, mas não tem ninguém do departamento aqui.
- Mas o senhor não sabe nem o e-mail para contato?
- Só um instantinho. (voz abafada: Ô Josicreysson, sabe qual o e-mail da faculdade?). Ó, não sei não.
- Tá. O senhor sabe pra quem eu posso ligar para pedir a informação?
- Peraí. (novamente: Ô Josicreysson, qual é o telefone lá da cidade?). Ó, moça, é o 5555-5555.
- Obrigada

Querido leitor, achemos os erros desta conduta: primeiro que não havia NINGUÉM da secretaria da faculdade numa tarde de sexta-feira, em pleno expediente. Segundo, deixaram para atender o telefone um indivíduo que não sabe dar nenhuma informação que não seja para contar se está chovendo ou fazendo sol. Terceiro que deixaram de auxiliar dele um outro indivíduo que sabe quase tão pouco quanto ele (sabe também dizer qual é o dia da semana). Vale ressaltar que esta é uma universidade FEDERAL, o que nos coloca na condição de contribuintes feitos de bobo, pois pagamos o salário dessas mentes desprivilegiadas.

Situação número dois: fui ao cinema com uma amiga, à noite, para ver Lemon Tree (magavilhouso). Saímos da sessão e vimos o stand da 32a Mostra Internacional de Cinema. Minha amiga queria comprar a programação da Mostra e saber se dá pra comprar os ingressos com antecedência. Começou que o moço atrás do balcão não soube responder essa pergunta, digamos, fundamental. Ele teve que chamar outra moça para responder. A moça chegou, nós perguntamos, e ela disse que... não sabia! Ela falou que no cinema onde estávamos era permitido retirar ingressos com ,no máximo, uma hora de antecedência. Minha amiga disse que num outro cinema de que ela tinha conhecimento era permitido retirar com maior antecedência. A moça falou que não sabia dizer quais podiam e quais não podiam, que tipo de conduta era mais freqüente, nada. Minha amiga perguntou se existia alguma informação impressa sobre isso, talvez no guia que ela acabara de comprar. Moça responde que não. Eu, contendo o meu tom de megera-puta-da-vida, comentei: ¨Podia padronizar ano que vem, ficaí a dica¨. Não sei como me mantive tão calminha. A culpa também não era da moça se não há um padrão de venda de ingressos. Mas, pô, custava o povinho contratado para a semana na Mostra ao menos LER o panfleto deles? O povo não vai lá no stand só pra comprar camiseta, xícara, camisinha da Mostra. Mais que tudo, eles deviam se preparar para dar informações, aquelas gratuitas.

Situação três: o local do crime foi no Café Viena da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional. Eles têm um bufêzinho, onde, como na rede Viena, você pega a sua comida e paga no caixa. Eu havia olhado o cardápio para ver as opções antes de empacar a fila. Eles têm uma oferta de sanduíches quentes e frios, que são iguais, só variam na temperatura. Entrei na fila, decidida que comeria um sanduíche de rosbife quente. Como eu estava com pressa, perguntei para a atendente detrás do balcão:

- Tem sanduíche de rosbife quente?
- Não, tem sanduíche quente não, só esses frios na esteira. (que inclusive comportava dois exemplares do de rosbife)
- Mas tá no cardápio.
- ´Pera só um instante (foi perguntar para a outra colega)
- Então?
- Precisa esquentar só.
- Quanto tempo demora?
- Uns cinco minutinhos.

Depois dessa, eu desisti. Se ela nem sabia o que constava no próprio cardápio e o café estava cuspindo gente pra fora, de tão lotado, eu não podia confiar na informação. Enfiei güela abaixo o sanduíche frio mesmo, tentando não destroçá-lo com a faca absolutamente sem corte.

Olha, nos velhos tempos da minha tenra infância, o Viena era bem melhor, atendimento idem. Daqui a pouco eles vão conseguir acabar com o que lhes resta de bom: a torta de limão!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vou tar passando

Eu moro difavô na casa de uns amigos. Aqui tem luxo e mordomia, comidinha quentinha no almoço e no jantar, vista para o pôr-do-sol e ponto de ônibus pertinho, pertinho.Grande parte da dolce vita tem motivo: a moça que trabalha aqui. Depois de morar cerca de três anos sozinha, eu aprendi a dar valor para camisas passadas, feijão cozido no dia e um banheiro tinindo de limpo. No ano passado, nem faxineira eu tive. Então agora é só alegria!



Mas a moça tem um efeito colateral na minha vida: o telefone toca o dia todo. Como os tais amigos ficam o dia todo fora, trabalhando, eu acabo atendendo na maioria das vezes as ligações. NUNCA é pra mim (inclusive porque eu não divulgo o número daqui, porque daí vira a casa da mãe Joana). O saco é que é sempre a mesma fia que liga. O diálogo nunca muda:



Eu: - Alô?
Fulaninha: - Por favor, a Sicraninha está?
Eu: - Está, quem gostaria?
Fulaninha: - É a amiga dela.



E é assim, sempre. O mesmo diálogo, ipsis literis, todas as vezes que ela liga. Depois de umas duas vezes eu já comecei a reconhecer a vozinha fanha da moça, mas como eu não perco o hábito de perguntar quem é o meu interlocutor...



De tanto que a moça daqui bate-papo ao telefone, eu fico com medo dos meus amigos acharem que sou eu que alugo a linha. Juro que qualquer ligação que eu faço sai do meu celular. Mas, pô, além de tudo, eu virei governanta agora?



- Mansão dos Ferreira de Albuquerque, pois não?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dr. House explica

Gentem,

nesse ínterim de verborragia, espirrei e meu ovário direito deu uma pontada monstra!

Será que a minha loombriga faminta já chegou até lá? Ela podia comer meu ovário direito inteiro, daí eu menstruava mês sim, mês não. Que tal? Fica aí a dica!

Brega é a vovozinha

Olha, eu nem sou fashion oriented, nem nada, mas hoje eu estava voltando pra casa e passei na frente de uma loja e vi um vestido horroroso. Sabe aqueles lenços de vó, feitos de seda, de marcas como Versace, Dior e LV?


O vestido era como um desses lenços (com umas correntes douradas estampadas e tudo o mais), longuette, frente única e tals.
Alô-ou? Quem vai querer usar um lenço tamanho lençol enrolado no corpo todo? Daqui a uns 30 anos vai ser o quê? Um keffieh (aquele lenço palestino que bombou nos pescoços de 11 entre 10 fashion victims deste Brasil) de 2mx2m?
Gente, se não for a Vera Loyola nem a vovozinha, não orna.

Buscando conexão

A tal da padaria me dá tanta dor de cabeça na hora de pagar que eu vou criar um marcador só pra ela.

Hoje as tiazinhas do caixa resolveram que eu tinha 10 (DEZ) minutos para gastar, esperando que a maquininha capenga delas funcionasse e passasse o meu cartão.

O duro é que lá é realmente o lugar mais barato das redondezas (que não provoque intoxicação alimentar) e, traindo as leis que deveriam reger o capitalismo liberal (alias, who believes in those things nowadays anyway?), a concorrência insiste em não dar as caras.

Circo

Qualquer pessoa que esteja acompanhando algum tipo de mídia jornalística ficou sabendo de um caso de sequestro que, até agora não foi resolvido.

Uma menina é mantida há três dias em cárcere privado pelo ex-namorado, inconformado. Ele está armado (credo, que cacofonia! mas estou com preguiça de reescrever) e não tem respondido às negociaçoes. Uma história super dramática e tomara que sem um final trágico.

Hoje à tarde, o superintendente de futebol do São Paulo Futebol Clube (e vereador eleito) Marco Aurélio Cunha foi participar da negociação da polícia, já que o sequestrador hasteou uma camisa do SPFC na janela do apartamento (o motivo não é claro, mas pode ser apenas para ocultar a visão dos policiais, sei lá). Ao chegar no local, disposto a ajudar de alguma maneira (não sei também o que o cartola foi fazer lá, achei meio sem propósito), Marco Aurélio foi recebido por são-paulinos, que pediam autógrafo, e por palmeirenses, que ficaram gritando Verdão! Verdão!

Olha, eu sou corinthiana, não tenho nada a ver com o assunto. Pra mim tanto faz quem for lá pro lugar, contanto que não atrapalhe. Mas essa corja de populares curiosos, oportunistas e desgraçados não tinha nada melhor pra fazer, não? Uma situação tão delicada merece o devido respeito e consideração, inclusive para não atrapalhar o trabalho da Polícia. Parece a época do assassinato da garota Isabella. Um bando de desocupados montava guarda na frente do prédio, da delegacia, do tribunal, todos os dias. E não era a turma do sou-da-paz. Quem estava lá para se manifestar contra o crime hediondo queria linchar os pais da menina (Oi, incoerência?). Quem estava lá para aparecer, ligava pra mãe pra falar que estava no Cidade Alerta. Quem estava lá pra tirar proveito, ganhava uns trocados vendendo sorvete atrás da barreira policial que impedia a horda de infelizes de chegar perto do prédio.

Por que esse bando de hipócritas não desiste de ir para as cenas dos crimes? Já tem o Cidade Alerta, o SP Record, a Márcia, o escambau passando tudo isso, ao vivo, com mais um monte de outras tragédias e criminosos, dispostos a ganhar a sua audiência no Ibope. Pode ligar a TV, aposto que você vai ver algum camburão chegando ou saindo de algum lugar. E aposto mais uma vez que vai ter a turma dos curiosos ao fundo. Ligando para a mãe.

Desabafo

Hoje a postagem promete, tô cheia de reclamações:

Eu mantenho um relacionamento à distância há bastante tempo. Meu namorado é de outro país e nós estamos separados geograficamente desde abril. Nas férias de julho fui visitá-lo e fiquei 7 semanas curtindo um só love, só love. Desde meados de agosto que não nos vemos mesmo, só pela webcam do Santo Skype. Mas dura, viu? Antes era mais difícil, eu sofria mais com a saudade. Agora, com o tempo, aprendi a não ficar tão deprê, inclusive com o fato de não saber quando poderemos nos ver de novo. Acho que tem a ver com a minha baixa taxa de tempo ocioso (tipos, despendido nesse blog?) e com a maturidade que eu acabei adquirindo.

Acontece que todo mundo quer palpitar no assunto. Adoro quando as pessoas me contam cases de sucesso de outros relacionamentos intercontinentais. Me dá uma força, mesmo. Mas tem muita gente que adora fazer um comentariozinho maldoso. Não perde uma!

No semestre passado, quando a vida estava uma merda e só faltava eu tentar suicídio com uma faca de manteiga, eu morava com uma mulher chata e beeem mais velha, da idade da minha mãe. Além dela, havia uma prima que sempre ia visitá-la lá no apartamento. Outra chata divorciada. Duas pós-balzacas. Uma bela noite, enquanto eu e prima assistíamos televisão, o assunto surgiu. Conversa vai, conversa vem, ela começou a fazer suas considerações, dizendo que esses relacionamentos não vão pra frente, que não vale a pena continuar, que homem não presta, yadda, yadda, yadda... Ô fia, não é porque seu hómi te largou um dia que todos os relacionamentos do mundo fracassam. Terminei essa conversa super mal e fui chorar as pitangas pro Bem no dia seguinte. Passou.

Daí, entre tantos outros agouros (nem acredito nessa história de superstição, mas é a expressão que tá na boca do povo), o meu chefe começa a relinchar hoje, quando eu comentei que ia ligar pro meu dito-cujo hoje à noite. Ele perguntou se era o namorado daqui ou o de lá. Eu respondi, bem-humorada, que era o de lá e só o de lá, que não tem essa de poligamia pra mim não, se fosse assim, seria ficante, etc etc. Ele então, num arroubo de simpatia, ele começa a falar que não tem como ele ficar sabendo se eu tiver, piriri, pororó. Pra mim essa conversinha tem apenas dois finais possíveis (no meu célebro, é lógico). Ou eu mando o chefe tomar no cu porque está me xavecando ou eu mando o chefe tomar no cu porque ele está sendo um completo idiota de falar isso pra qualquer mulher do mundo.

Que fique claro que eu não sou ciumenta, que eu confio SIM no meu namorado e tenho um milhão de motivos pra isso. Que eu não preciso ficar perguntando pros nossos amigos em comum se ele aprontou alguma ou não, inclusive porque eu considero isso ridículo. Se eu não confiasse nele, não acreditasse que o nosso namoro daria certo, eu não estaria desperdiçando meu tempo, minha abstinência, meus planos futuros.

Prontofalei.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Swing sange-bom

Aee, depois os cariocaish reclamam. Mas o que eu posso fazer quando dois estereótipos almoçam do meu lado?

Lá na famigerada padaria, onde eu faço a minha segunda mais importante refeição do dia (já que, na minha lógica, todas são imprescindíveis), apareceram duas mulheres (na casa dos 25 anos) de shortinho, regatinha curta, tênis. Ou seja, indo ou voltando da ginástica. É importante lembrar da chapinha feita, do brinco na orelha e do rímel. Tipos, não merece meu respeito ir montada à academia, muito menos saracotear por aí com roupa de lycra, justíssima, umbiguim de fora.

As duas popozudas sentaram-se à mesa ao meu lado. Papo vai, papo vem, naquele carioquês incompreensível. A morena solta:

- Ei, psiu, tu, chega aê!

Isso, minha gente, era o vocativo para garçom, na língua dela. Olha, quando eu era garçonete, num país muito distante, eu detestava quando os clientes acenavam pra mim, como se eu fosse lamber o chão deles, pra pedir alguma coisa. É fácil chamar com educação, só falar GAR-ÇOM. A pessoa aparece toda prestativa. Se for seu amigão, pode chamar de Chefia, Amizade, Grande ou similar, mas só se você for tiozão. Se for menina de 14 anos, pode chamar de moço.

Carioca como eram, pediram suco (nada mais Malhação do que tomar suco). Aí que o celular toca (no último volume, com a caixa de som estourando, pedindo arrego), para todo o restaurante poder ouvir o bom-gosto das fias, um belo pancadão!

Cá entre nós: pede ou não pede pra rotular?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A bug´s life

Venho por meio deste post anunciar o meu desgosto tremendo em relação à ENORME quantidade de mosquitos de luz que emigraram para a cidade de São Paulo em tempo record de 24 horas. Bastou os termometros atingirem os 30 graus, os filhos de uma mal-amada vieram fazer festa em qualquer lâmpada acesa.

Ontem à noite, na faculdade, já levei um susto. Mas estavam longe de mim e eu aceitei o fato. Hoje, no fim da tarde, aproveitando-se das janelas abertas do escritório, uma núvem de mosquitos infelizes veio dançar rumba na lâmpada em cima de mim!! Juro que tinha uns 40 ou 50! Do absoluto nada! E agora eles inventam de se suicidar, perdendo as asinhas por aí e caindo como larvas no meu colo, decote, cabelo... IUUUUUUUUUUCCCCCCCCCCC!!!!!!!!!

Morte aos seres de 6 patas DJÁ!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Then you turn your back and they're gone so fast...

Sexta-feira à noite fiquei em casa. Não estava com vontade de sair e resolvi arrumar os CDs da casa, colocando cada um em sua respectiva caixinha. Já que a atividade é naturalmente entediante, sentei em frente à TV e coloquei no VH1, a MTV que deu certo. Lá passa-se clipes.

Enfim, o programa que eles estavam passando no momento eram os 60 Melhores Clipes para Lembrar da Infância (ou algo parecido). Qual não foi a minha surpresa quando vi que, ao colocar nesse canal, o clipe que acabara de começar era, nada mais, nada menos do que o estrondoso hit da minha pré-aborrescência: MMMMMMMMMMMMBOP, do Hanson. Gentem, amei. Me senti com 12 anos novamente, quando antes de dormir dava sempre uma bitoquinha no meu poster do Taylor Hanson.

O melhor de tudo foi cantar a música junto, inclusive com o meu inglês macarrônico da época. As palavras que eu não conhecia eu simplesmente adaptei ao que meus ouvidos entendiam. Easy!

Pra quem quiser matar a saudade, aqui vai o link para o clipe (que não pode ser postado diretamente, já que a Universal é chata, boba e feia)

Mmmbop ba duba dop
Ba du bop Ba du dop
Ba du bop Ba du dopBa du....

Propaganda enganosa

O que você faz quando é convocado a ir a um churrasco, chega lá e ao invés de encontrar picanhas suculentas ou mesmo espetinhos de frango, o cardápio é composto de bolo Pullmann e rosquinhas?



E se, além de tudo, os organizadores quiserem cobrar dez reais de você por descer essa farofa toda com suco Tang?

- Chiquinha, diz que a minha vovozinha morreu!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Barbie guél

Tem uma rua aqui em Sampa com zilhões de lojas de decoração. A maioria é um leesho, com aquela coisa toda de couro ecológico (quer pagar de grã-fino ou quer fazer a linha vegan?), muito acrílico mal utilizado, pufes pra tudo quanto é quanto (Oi, a infância já acabou!), mesas de centro madeira-vidro-aço (já deu, né?), etc.

Eu já estou acostumadíssima em ver todo tipo de atentado à decoração e arquitetura. Não sou nenhuma expert mas, como filha de arquiteta, li muita Arquitetura&Construção e Casa Claudia. Alguma noção de bom-gosto eu tenho! Acontece que nada do que eu vi nos últimos tempos superou o meu choque ao ver uma vitrine simulando um quarto de menina. Não deu pra tirar foto, então vai o meu desenho, no Paint, pra dar uma idéia do assassinato aos meus olhos:



Pra quem não entendeu o meu talento, isso é uma cama. A cabeceira é exatamente dessa cor, imitando a porta de um castelo.

Senhora arquiteta (ir)responsável: faltou rosa na sua infância? Você era sempre o Ken nas brincadeiras? Sua mãe fazia você brincar com o educativo jogo da memória, ao invés de treinar para dona-de-casa brincando com bonecas?

Sinceramente, acho que você foi colega de classe da Brunete (ou melhor, Blonde) Fraccaroli lá na FAU.



- Me empresta o giz cor-de-rosa?

É crédito ou débito?

Gente burra é um saco. Ainda mais se for gente burra sem noção de empreendimento e que resolve abrir negócio.

Eu costumo almoçar numa padaria que tem um "por quilo" nos fundos. Como é o preço mais camarada do quarteirão, eu me entupo diariamente com as combinações de feijoada, moqueca, nuggets e molho rosê no mesmo prato. O lugar não tem gente saindo pelo ladrão, mas a clientela é fiel e o horário de almoço é de pico (óbevel).

Mas o PUTO do padeiro dono do estabelecimento ainda não percebeu que ao dividir os seus dois caixas em "pagamento com dinheiro" e "pagamento com cheque e cartões", um dos dois acaba, invariavelmente, lotado. Como a tchurma adora um Visa-vale, um cartão Tíque-Refeição, a fila do cartão fica quilométrica, dando a volta na prateleira de bolos.

Porque será que ao invés de deixar mocinha que fica no caixa de dinheiro se esgoelar, avisando o povo que ali se aceita pagamento em espécie, não deixa também ela dar um passinho pro lado pra passar o cartão de nós, cidadãos de bem? Fora que a fia do cartão nao conseguiu passar o meu e ficou cerca de 10 minutos tentando conexão, segurando o fio do telefone, que tava com mal-contato.

Aí eu me pergunto: é pra isso que nóis paga anuidade?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pelos poderes de Barsa!

A babá da minha prima acompanha a novela Mutantes, da Record. Um belo dia, na casa dos meus tios, me juntei à ela e à empregada e vi quão bizarro esse programa é. Além de mal-feito, com cenários capengas e figurino de escola de samba, "atores" amadores e um enredo patético, os produtores resolveram que as falas teriam que fazer jus à Escola Seu-Creysson de Tosquisse.


Semana passada, eu estava à toa, sem TV a cabo. Bora ver Record! Resolvi me divertir com a novela e acabei vendo cerca de meia-hora do programa. Recomendo! Na verdade, eu recomendo assistir em turma, com uma vódeguinha pra acompanhar. Deve ser de se mijar nas calças.

Anfã, teve uma cena em que dois personagens "do bem" estavam discutindo num hospital o que fariam com o vampiro que estava à solta, querendo fazer justiça com as próprias presas. Segue o diálogo (mais ou menos do jeito que eu lembro):

Herói 1 - É um absurdo que o vampiro queira se vingar de todos os assassinos que estão na rua. Como ele vai saber quem é que ele está procurando?

Herói 2 - É verdade, assim ele vai acabar matando inocentes!

Herói 1 - O problema é que vai ser muito difícil colocar nas grades quem matou fulaninha, a justiça no nosso país é muito lenta!

Herói 2 - É, os processos costumam levar de três a dez anos para serem julgados no Brasil.

Herói 1 - Nos Estados Unidos, a média é de três a seis meses!

Herói 2 - Isso num país de 350 milhões de habitantes, em comparação com o Brasil, que tem 190 milhões.

Foi mais ou menos isso a conversa. Eu lembro que algum dos dois comentou alguma coisa da pena de morte nos EUA e blablabla. Só sei que foi um festival de fatos tirados da Wikipédia, no meio de uma cena "tensa" que não fazia o menor sentido. Oi, vocês querem ser educativos? Então pára de fazer a atriz-mirim da novela ter que dizer que, com o anel mágico dela, ela pode ouvir os pensamentos.

Juro, só faltou as duas bestas começarem a recictar a soma dos PIBs dos estados agrícolas norte-americanos e a quilometragem quadrada da região da Nova Inglaterra. Pô, quem conversa assim?? Eles devem ser os Mutantes Enciclopédicos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Coisas da Hierarquia

Nem me informei direito, mas vi no UOL a chamada dizendo que o nosso presidente sancionou uma nova lei para os estagiários. Ótimo, porque "a nossa classe trabalhadora" tem muito poucos direitos, muito menos aqueles informais, aqueles de regimento interno. Estagiário não apita em nada. Estagiário nem se arrisca a dar dicas, criticar, lançar novas idéias, que normalmente são premiadas quando apresentadas por funcionários normais, já que podem acrescentar lucros à empresa. No nosso caso, a gente põe o rabo entre as pernas e traz o cafezinho como se estivesse em vermelho, sublinhado e em caps lock na nossa job description.

Não que eu esteja desabafando de um chefe crápula que me manda fazer as tarefas mais idiotas e me censura a cada deslize. Ao contrário, meu chefe é bem tranquilão e não fica me controlando. Somos só nós dois no escritório, já que somos meio que uma subsidiária da organização central. No dia-a-dia, a convivência não tem nenhum atrito e eu não me sinto pressionada. Mas semana passada tive que engolir um sapo e uma perereca.

A gente tinha ACABADO de conversar a respeito de concentração. Ele me contou que muitas vezes fica até umas 8 ou 9 da noite no escritório para resolver pendências pessoais, como contas, etc, já que os dois filhos pequenos em casa, além da esposa, acabam desconcentrando ou exigindo atenção que ele não pode dar no momento. Eu comentei também que eu não conseguia ler meus textos na casa do meu tio, onde estou morando temporariamente, já que a minha priminha de 2 anos fica brincando comigo. No ínterim de dois minutos, alguém começa a forçar a fechadura da porta, que estava trancada. Meu chefe levantou-se e foi abrir. Era a esposa dele e sua monstrinha.

Eu imagino que a fofa tenha uns 7 anos, aquela idade mais insuportável na vida de uma menina. Ela não queria me dar oi e se recusou a me dar tchau, com um NÃO bem sonoro, fechando a porta. Ela chegou dominando os 20 m2 do escritório. Encheu o saco do papai, encheu o saco da mamãe e sentou-se na minha frente, fazendo desenhos enquanto eu a ignorava solenemente. Birra atrás de birra, ela ficou uns 5 minutos choramingando para ir pra casa, enquanto mamãe falava que não era possível naquela hora. Se recusou a ajudar o papai a fazer a pesquisa que ELA deveria fazer pra escola e ficou falando o tempo todo com a mamãe, enquanto eu tentava continuar fazendo aquilo que eu tinha para entregar. Mergulhada no meu silêncio, esperei demonstrar que eu estava prestando muita atenção numa tarefa dificílima (como aquela dica do Joey, do Friends, que ensina a ficar com cara de preocupação: tente dividir mentalmente 746 por 6736). Missão sem sucesso, já que a digníssima esposa do chefinho ficava a cada 30 segundos fazendo um comentário ou pergunta em minha direção. Será que ela queria ser simpática? Será que queria descobrir se eu e chefinho fazíamos cerão juntos aqui no buro? Eu tentei ser simpática, mas monossilábica, ampliando minha estratégia de isolamento.

Nada parecia funcionar. Petiz continuava com birra, esposa continuava pentelhando chefinho com demandas pessoais, chefinho atendia os pedidos, birras e esperneios da filhota, demonstrando como NÃO disciplinar uma criança. Eu, quieta no meu canto, apenas podia fingir que aquilo tudo era suuuper normal para mim, que nenhum fio de cabelo meu saía do lugar numa pentelhice dessas.

Minha vingança foi sutil, mas aparentemente eficaz. Eu tinha comprado mais cedo um pacote de bolachas Calipso (aquelas cobertas com chocolate... deliciosas!) e deixado em cima da escrivaninha. O olhar da menina se direcionava a cada dois minutos para tal ímã. O que eu NÃO fiz foi oferecer uma bolacha para ela. Eu me contorcia de felicidade ao ver aquela boca cheia de dentes tortos fazer bico toda vez que via o pacote dourado em cima da mesa. MHUHUHUAUHAHAHAHUAHUHAUHAUHA (insira sonoplastia de risada malévola de desenho animado)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Tubo

Alguém me explica o por quê das pessoas numa megalópole como São Paulo não saberem que numa escada rolante elas devem manter-se à direita??? Em qualquer metrô do mundo existem zilhões de avisos pedindo para que as pessoas dêem passagem àquelas que estão com pressa para que possam andar pela esquerda, enquanto os tranquilos ficam parados na direita. Normalmente, as únicas pessoas que desobedecem essa regra universal são os turistas incapacitados de raciocínio e observação. Mas aqui, a prática não é divulgada. Por quê? Por quê????

Hoje tive que pegar o metrô correndo e fazer duas baldeações. Na primeira estação, tive que subir uma escada-rolante e um casal de meia-idade estava todo apaixonado e abraçadinho, contando cada segundo como o último de seu amor. Cheguei até eles e pedi licença. Eles se afastaram um do outro, num movimento estúpido, já que o correto seria um ficar na frente ou atrás do outro. "Abriram alas ", ao invés, fazendo com que eu e a minha mochila nos espremêssemos no meio deles, como se uma escada-rolante tivesse largura suficiente para três pessoas, um labrador, sacolas de supermercado e um par de esquis. Ao passar por eles, ainda tive que ouvir um "Nossa, que pressa!". UGH!

Cena número dois: na segunda baldeação, tive que descer a escada-rolante. Na minha frente, outra menina fazia a mesma coisa. Quando pudemos avistar a plataforma do metrô, vimos que um trem estava parado, de portas abertas, pronto para sair em alguns segundos. Pedimos licença para as duas senhoras fofoqueiras na nossa frente, que nos ignoraram solenemente nas TRÊS vezes que falamos com elas. Desnecessário dizer que ficamos apenas observando o trem abandonar a plataforma, enquando descíamos a ritmo de tartaruga.

A turma nunca aprendeu a fazer fila indiana na escola, não?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Lovin´ it up ´til I hit the ground

Mais uma acontecida do elevador "da firma":

Duas mulheres conversando sobre as dificuldades de um obeso no dia-a-dia, como inchaço nas pernas, dificuldade de passar por uma catraca, etc. Loira I fala pra Loira II:
"Mas você viu que agora tem assento especial para obesos no ônibus, né?"
Loira II em resposta: "Ai, mas eu acho errado. Acaba incentivando a ser obeso"

Claaaaaaaaaaaaaaaro! Como é que a Secretaria de Saúde não pensou numa coisa dessas??? Afinal de contas, a vida tá suuuper de boa pra quem tem obesidade mórbida! Agora, com as lojas de tamanhos grandes e seus vastos catálogos de roupas de ótimo gosto, com carros mais espaçosos parcelados em 72 vezes e com a cirurgia de redução de estômago do SUS, TODO MUNDO vai querer estar acima do peso! Imagine só a educação que as nossas crianças terão vendo uma pessoa que está sentada em seu banco especial no ônibus enquanto ela fica em pé? Ela vai mor-rer de inveja e se entupir de danoninho e chocolate ao chegar em casa pra poder também ter a honra de sentar-se na poltrona que tem o adesivinho colado.

E lógico que todas as pessoas gordas do mundo o são porque querem, porque não foram educadas alimentarmente, porque têm preguiça de fazer regime. Não existem disfunções hormonais, de tireóide, nem distúrbios alimentares psicológicos. Também é lenda que mulheres engordam durante a gravidez e dificilmente perdem os quilos adquiridos. Tudo isso é mi-to-lo-gia!

Muito sábias as pessoas deste prédio.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Motoca Fashion Week

Resolvi criar mais uma categoria de postagem: Fashion Police. É que a cena que eu acabei de presenciar não poderia ficar incólume: Peguei o elevador com um motoboy que estava trajando roupas de motoboy normal e um boné (atenção:) de lurex preto com a aba branca de crochê de barbante!! Assim, tão bizarro que não dá nem pra descrever/imaginar direito. Não adianta procurar no Google. Um exemplar desses deve ser único, para o bem da Humanidade!

NHAMMMM

Aliás, já que eu estou improdutiva no momento e fico escrevendo divagações, ao invés de fazer o que eu devo fazer, vou fazer um comentário que está engasgado há algumas semanas:

COMO O CHRISTIAN BALE É DELICIOSO!

Todo mundo comenta o Coringa no Batman, que o Heath Ledger é isso, é aquilo, blablabla. Também acho. Mas, PORRA! Que deus é esse? De onde veio? Pra onde vai que não à minha caminha??? Quase fui lamber a telona do cinema cada vez que o Bruce Wayne aparecia na tela (porque de Batman, com aquela voz de entrevistado anônimo do JN, não tem graça). Olha, eu já sabia da existência dele desde American Psycho (uótimo, alias, com várias cenas do corpinho dele no banho), mas não paro de babar desde o último Batman.



Christian Bale, NÓS TE AMAMOS. Vem pra cá, sem o pijaminha.

A maçã de Eva

Na esquina aqui da rua do estágio tem uma loja de doces, daquelas que vendem bolacha, chocolate, salgadinho e etc. beeem baratinho. Pra dar uma idéia, eles vendem Lindt por míseros R$ 8,50 (uma pechincha em comparação com o Pão de Açúcar, que cobra 5 realetas a mais). O cara do balcão vai me ver meio quilo mais gorda a cada dia e daqui a umas 3 semanas eu vou empacar na catraca do prédio.

Pergunta: como conseguem vender assim? Contrabando? Lindt paraguaio? Trabalho escravo? Quer saber, nessas horas minha consciência política/social cai por terra, junto daquele momento glorioso de comprar um vestido H&M por inacreditáveis € 5.... Abaixo às leis de mercado!!!!

PSIU!

Tem horas que eu queria ter uma pistola de chumbinho. Imagina o número de tirinhos certeiros na orelha de cada um dos DOIS fulanos que estavam anteontem na biblioteca à noite e que atenderam a porra dos respectivos celulares...

Vamos à analise dos fatos, num silogismo bastante simples:

- A biblioteca é um lugar de silêncio
- As pessoas vão à biblioteca para se concentrar melhor em seus estudos, já que não têm acesso à televisão, geladeira, atrativos em geral e o silêncio IMPERA
- Logo, Homo Sapiens que somos, devemos fazer silêncio dentro da biblioteca e manter, assim, a paz entre os povos, através do enriquecimento de nossos cérebros.

Mas poucos dos que estão no Ensino Superior foram alfabetizados de forma complexa, claro que por um descuido do nosso sistema de educação fundamental. Esses débeis tiveram o infortúnio de passar no vestibular sem ao menos conseguir juntar três sílabas que ficam estampadas em letras maiúsculas e em vermelho a cada duas paredes da biblioteca: SI-LÊN-CIO. Muito menos ler o texto que está ao lado, cujos dizeres são: Proibido usar celular- Lei nº 12345-67.

Por que essa corja de imbecis se dá ao trabalho de ir estudar na biblioteca? Faça a carteirinha, alugue quantos livros quiser e leve pra casa, onde você come miojo de balde enquanto assiste BBB. E os Homo Neanderthalis ainda forjam hipocritamente respeito e atendem ao celular com a mão na frente, piorando a situação, fazendo uma voz de Darth Vader.

Olha, enquanto não colocarem uma porta giratória com detector de metais naquela faculdade, penso seriamente em porte ilegal de armas de chumbo ou sal grosso. Não vai sobrar nem meia-orelha pros idiotas colocarem pírci.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nessa bumba eu não ando mais II

Continuando o post antigo, hoje eu quase chamei o Hugo vindo para o estágio: um cara na minha frente, de terno, estava empossado de um cortador de unhas e fazia uso do mesmo. Eu comecei a ouvir uns tecs suspeitos e encontrei o bandido. E ele nem se deu o trabalho de coletar os seus restos epidermicos. Deixava as meia-luas voando pelo ônibus, e o resto que se foda.
Táqueupariu!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

A arte de dividir um quarto com outras pessoas é um ensinamento transmitido através de gerações, aperfeiçoado com o tempo e dominado por poucos.

Quando eu era criança, até os 16, 17 anos, dividi quarto com a minha irmã. Eu achava meio chato não ter meu próprio espaço, nem mesmo quando eu apenas queria bater a porta na cara de alguém. Mas como eu vivi assim por anos, fui me acostumando a estabelecer horários e regras veladas para que uma não atrapalhasse a outra, como, por exemplo, quando eu comecei a estudar de manhã. Eu desligava o despertador rapidinho, levava meu uniforme já separado pro banheiro e não entrava mais no quarto. Quando a minha irmã começou a roncar algumas noites, um arremesso certeiro de travesseiro resolvia a questão. Fomos felizes assim e não nos matamos até hoje.


Acontece que há seres humanos que ainda não ouviram falar em Contrato Social, Estado de Natureza, Direto Natural, etc. Um belo dia, no ido século XVI, Hobbes escreveu no seu livrinho que as pessoas tiveram que estabelecer um contrato social para viver, tcharãããm, em sociedade e pararem de matar umas às outras. São as famosas leis que regem o nosso dia-a-dia, que nos impedem de fazer a nossa vontade, acima de todas as coisas.

Esclarecido isso, repito que algumas pessoas, depois de milhares de anos passados do surgimento das grandes civilizações, de todo o direito romano ter sido desenvolvido, de tantos códigos de ética terem sido elaborados, te tantas conferências internacionais de direitos humanos terem sido organizadas e assinadas, ainda insistem em viver numa anomia irritante. Não estou nem falando dos estrupadores, ladrões de galinha, políticos corruptos ou bêbados no volante. É algo mais fundamental: a boa educação. E aqui eu volto à questão do quarto:


Nos dois últimos fins-de-semana tive que dividir quarto, em duas viagens distintas. Na primeira, nós éramos 6 moços e moças em 2 triliches (cama, bicama, beliche). Por mim, sexo, cor, religião, tanto faz. Pode até gostar de pagode, eu divido o quarto com você. Só não vale avacalhar na convivência. Uma bela noite eu fui pegar algo no quarto e reparei que alguém tinha deixado NADA MAIS, NADA MENOS do que a toalha molhada em cima da minha cama. Fui perguntando a um por um dos meus coleguinhas se a ele pertencia a toalha salmon. Descobri que era da menininha da turma, uma tanajura que faz chapinha em sítio e usa bota pata-de-bode. Além do esculacho que eu dei nela, já que minha cama ficou úmida, ainda passei as regras de convivência do quarto pra ela, como fechar a porta sempre, pra não entrar bicho. Mas a aprendiz de Mulher Melancia não conseguiu fazer a interface entre Tico e Teco e, depois da balada, chegou de madrugada no quarto, quando alguns (eu) já estavam dormindo e entrou e saiu 200 vezes do banheiro, que, vale lembrar, tinha uma porta que rangia muito. Ela foi fazer xixi, entrou e saiu. Foi escovar os dentes, entrou e saiu. Esqueceu o cérebro e foi buscar, entrou e saiu. Cacete! É tão difícil fazer silêncio?

Já no fim-de-semana passado, o drama foi dividir quarto com outras 3 mulheres, todas acima dos 23 anos, eu presumo. Se tem alguém que poderia ter sido infantil na situação, sou eu. Primeiro que nós chegamos à 1:30 da manhã no lugar. Eu já tinha capotado no carro e só queria saber de cama. Mas a turma ogra chegou com fome e ainda foi comer pizza. Conclusão: eu fui pro quarto sem comer, arrumei a cama e tentei dormir, enquanto o Encontro Anual de Gazelas, Quero-Queros e Hienas acontecia no andar de baixo. Lóóóógico que ninguém se preocupou em arrumar a cama antes de se entopir de muçarela. Então o óbvio acontece: eu fui dormir no mesmo horário que as lindonas, às 3 da manhã, não antes de me revolver debaixo das cobertas enquanto elas arrastavam cama, beliche, abriam armário, sacodiam cobertor, abriam a necessaire (ODEEEEEEEEIO barulho de zíper e saquinho plástico quando eu to tentando dormir)... Ao invés de fazer tudo isso na maior discrição, as queridonas ficaram papeando! Parece que eram proibidas de conversar o dia todo! E não só nesse momento: todos os dias, antes de dormir, era aquele papo suuuper interessante da opinião delas sobre o filme Um Amor pra Recordar (IUUUUC MASTER) ou se o namorado tal ligou. Mas ainda pior, minha gente, elas conversavam ao acordar!! Sim!! Quando uma acordava, levantava e ia fazer xixi/tomar banho/passar Embelleze nos cachos, as outras começavam a conversar. Mas não era sussurro. Era conversa mesmo, num tom de voz que você conversa na balada, enquanto o DJ deixa todo mundo surdo.

Ah, fora que uma das fias ainda jogou suas roupas em cima da minha mala. Compra uma pra ti, benhê!

Eu fiquei invisível e não tô sabendo. As pessoas ignoram meu sono e meu espaço solenemente. Sem contar que, nos dois casos, uma sinfonia de britadeiras tomou conta dos quartos. Gentem, ronco TEM cura. Meu pai fez a tal cirurgia, o seguro pagou e minha mãe recuperou a alegria de viver. Outro apelo: o box do banheiro não é piscina! E seus cabelos não são enfeite na tampa da privada! E pasta de dente que gruda na pia sai se você passar uma água! Juro, é fácil assim.

A quem estiver disposto a se converter às boas maneiras, eu me comprometo a enviar uma brochura ilustrada. Autografada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Estúpido Cupido

Vê se pode:

tô fazendo um estágio novo e ainda não me decidi onde almoçar. Como ando na fase de pesquisa de restaurantes, hoje fui num quilo a uma quadra do escritório. Fiz tudo direitinho, como uma moça bem-comportada deveria fazer de acordo com o Manual da Misantropia para Situações Novas. Peguei, pesei e sentei. Como era ainda relativamente cedo, o restaurante não estava lotado e eu sentei numa mesa de quatro lugares perto da TV. Fiquei ruminando minha saladinha, concentrada ora no meu prato, ora no Bandsports. Não me recordo de ter olhado ninguém nos olhos, exceto os 47836 garçons que vieram perguntar se eu queria algo pra beber (odeio garçom que repergunta. Tema pra outro post). Também não me sentei diretamente à frente, ao lado ou no colo de nenhum espécime do sexo masculino. Não dei oizinho, não dei tchauzinho e não tive nem mesmo que arrastar a minha cadeira pra alguém passar.

Pois bem, ao terminar a minha refeição, ajeito meus talheres no prato e minha linguagem corporal denuncia que eu queria me levantar. Neste instante, chegou um dos milhares de garçons e me entregou um guardanapo dobrado, dizendo "Mandaram entregar". Antes mesmo de notar o ponto de interrogação carmim-motel piscante na minha testa, ele foi atender outras mesas. Abri o tal do guardanapo e encontro um nome e um número de telefone. Por alguns segundos, tentei identificar que nome estava escrito, mas não entendi mesmo. Só o número está legível. Aí pensei: o que se passa na cabeça de uma pessoa dessas? Será que eu tenho cara de puta que vai ligar pra qualquer telefone que aparecer na minha frente pra marcar encontro? Será que ele acha que com aquele garrancho eu vou sair me arrastando pelo chão, de cinta-liga e batom vermelho, lambendo seus pés? Será que ele era analfabeto e não sabe escrever nem um "Oi, linda, aceita uma breja?" e, em sua analfabetice funcional, aprendeu a rabiscar o próprio nome e o número da firma? Ou, pior, será que era alguém em busca de socorro emocional e me achou com cara de CVV?

Em todo caso, fiquei com vergonha alheia e resolvi sair e pagar sem olhar pra trás. Só que uma idéia perambula pela minha cabeça: vou ligar pro tal número, perguntar pelo sr. Garrancho, e... aceito sugestões! (sejam maldosos!!!)

Papagaio

Se tem uma coisa que me irrita são os vícios de linguagem. Eu, nos meus idos 14 anos, já tive aquela mania do "tipo assim". Eita coisa grudenta! Demandei algum esforço e , dentro de semanas, estava livre do mal que me acometia.

Mas, porém, contudo, todavia, entretando, tem gente que ainda não aprendeu que ficar repetindo a mesma palavra, expressão, gíria ou interjeição NÃO é legal.

Outro dia eu estava vendo um programa na MTV (!) onde uma menina de cabelos cor-de-rosa-fosforecente entrevistava uma atleta da equipe de hipismo brasileiro. Foi um grande festival de pobreza de vocabulário! A rosinha insistia em começar suas perguntas com "Tipo, você blablablá", "Mas tipo, não rola blablablá?". Pó pará! Esse poço de cultura foi escalado pra ter o próprio programa? Ah, é. Eu esqueci que tem uma turma que adora um miguxês e deve pedir pro cabelelero (sic) pintar as melenas "igual às da moça da MTV" (sic reloaded).

Enfim, não bastasse a aprendiz de Tamagoshi ter quebrado o botão do "Tipo", a entrevistada (uma menina de uns 18, 19 anos, paty dos cabelos chapinhados até dizer "Espiga!") colocou na vitrola o disco do "Assim". Juropeloraioquemeparta que a menina colocava um "assim" a cada cinco palavras em uma frase! Caramba! Era um tal de "Assim, o cavalo tem, assim, uma alimentação especial, assim, quando ele vai competir" ou "Mas, assim, quando vai dar o salto, assim, tem que estar muito concentrada". Cazzo! Isso que dá tirar filho da escola pra ganhar o 28º lugar na prova do tambor. Mas, assim, com aquele jeans apertadinho e gloss transparente, o futuro da Lolita já está garantido, tipo, com um cara suuuuuper bem-sucedido!

Fosse só esse meu problema, seria fácil de resolver: desligar a maldita televisão. Mas o que um cidadão de bem, como eu, faz quando a repetição é inevitável???

Eu costumava ir à depilação no Itaim. Lá tinha uma depiladora, acho que se chama Helô, que tinha como mania ficar repetindo o nome da cliente. Como não há nada mais constrangedor do que ficar de calcinha e sutiã em cima de uma maca besuntada de cera até no ouvido, o papo de biombo de depilação é tradicional. Mas a tal da Helô sempre dá um jeito de falar seu nome como se trouxesse sorte, dinheiro ou sabedoria. "Sabe, Mary, a gente busca um companheiro fiel, né, Mary, que seje (sic) carinhoso... Olha, Mary, dobra a perna assim de lado. Isso, Mary!". PUTAQUEOPARIU! Eu não preciso de auto-afirmação. Vai ver que é um exercício dela pra não esquecer de colocar o nome certo na comanda. Grandesbosta. Mas a cereja do bolo foi quando a minha então roommate foi se depilar pela primeira vez com a Helô. Papo de namorado, aquela coisa. A tal da depiladora, em meio aos seus "É, Fulana, a vida é difícil, Fulana", solta: "não abra mão dos seus sonhos", numa metáfora bizarra de abrir as pernas. Pode?

Todo esse brainstorming porque eu tava anteontem à noite, no ônibus, voltando pra casa, sacolejando naquilo que melhor seria definido como pau-de-arara, quando um homem começa a berrar no celular. Ele teve algum problema com o dinheiro que ele emprestou pra uma tal de Sheila. Não bastasse o mau-humor absurdo do sujeito, ele repetia o nome da moça umas 387483974 vezes em cada frase, algo como: "Sheila, que papéis, Sheila? Eu não pedi pra você pegar esses documentos, Sheila. Sheila, você não tá entendendo, Sheila. Você me paga, Sheila, e aí a gente tá resolvido, viu, Sheila?".

GRRRRRRRRRRRR! Se fosse pra ouvir CD riscado, eu colocaria um do Hanson no CD Player do meu carro e ainda não seria aporrinhada por um imbecil que, além de se denunciar como o maior bocó que levou um calote do caramba, não sabe da existência do limite de cotas pelo uso de uma palavra (nome) só. Tipo assim...

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Mens@gem para você!

Querida professora, querida secretária da faculdade,

eu gostaria de apresentar-lhes uma ferramenta maravilhosa e vanguardista da comunicação, que promete tornar a vida de toda a população mundial mais ágil e barata. Ela é uma mensagem instantânea e independe de terceiros para ser enviada. Centenas de milhões de usuários do mundo todo testaram e aprovaram este serviço que é, na grande maioria dos casos, gratuito. Com vocês, senhoras, o E-MAIL!

Explico: e-mail é uma mensagem eletrônica enviada através do sistema de computadores chamado Internet. Tal ferramenta é utilizada por todos os alunos da faculdade, obrigatoriamente, já que certas informações só são enviadas virtualmente. Mais barato e prático que cartas ou telefonemas, a mensagem de e-mail pode ser enviada simultaneamente a uma infinidade de destinatários. No caso da minha turma da aula de hoje, são apenas cerca de 20 alunos. Como supracitado, todos nós temos acesso à Internet, seja em casa, no trabalho ou mesmo na faculdade, que disponibiliza seus laboratórios de informática para todo aquele que precisa se conectar ao mundo moderno.

Acredito que as senhoras, assim como nós, possuem acesso a um computador com banda larga, já que são funcionárias da faculdade. O ato de desmarcar uma aula, mesmo na véspera, poupa dezenas de alunos - que, como eu, leram o texto, responderam às perguntas, acordaram cedo (independente do horário que foram para a cama), pegaram condução (ou trânsito de carros) e chegaram à aula pontualmente - a receber um recado em cima da hora.

Tenho absoluta certeza da preocupação das senhoras com o nosso bem-estar e não creio que os motivos dessa excepcional e inédita conduta tenham sido desorganização, descaso, muito menos irresponsabilidade. Todas as senhoras são profissionais competentíssimas e devem estar apenas desavisadas das maravilhas modernas.

Sendo assim, gostaria humildemente de pedir abono das minhas faltas nas primeiras semanas do semestre, já que, na prática, faltei na mesma frequência que a professora. Prometo não pedir um atestado médico da senhora docente, afinal, somos todos idôneos nesta casa do conhecimento.

Atenciosamente,

Aluna da terceira fileira, carteira do meio.

Post scriptum: eu tenho troco pra R$ 5, caso as senhoras não tenham trocado para reembolsar o meu Bilhete Único.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Humor cáustico

A tchurma anda abusando mais do que o normal do meu estoque de paciência. Onde já se viu:

Eu estava no caminho do estacionamento com dois amigos meus hoje, às 11 da manhã. Papo vai, papo vem, senti um gosto horroroso na boca ao passarmos em frente a um prédio. Comecei a ter um acesso horroroso de tosse, enquanto meus amigos se questionavam que coisa era aquela. Vimos que um fulano assassino estava soltando um jato de alta pressão na calçada por onde passamos. Meus amigos falaram para eu me afastar e eu fiquei expelindo meu pulmão na sarjeta. Quando vi, um dos meus fiéis escudeiros foi discutir com o infeliz. O tal líquido usado pra limar a linda calçada do flat era ÁCIDO.

Pára tudo! Em plena luz do dia, ponto de ônibus abarrotado de estudantes, o cara resolve deixar a sua parte da calçada brilhando como Rá??? Meu amigo se emputeceu e foi falar com o síndico. Sua resposta? "Vamos passar uma água". Minha resposta? "Eu mando a conta do hospital".

Como eu já estou aparentemente com uma alergia adquirida nas férias, o que tem acabado com meu sistema respiratório, o contato com a substância ácida me fodeu completamente. Meus amigos foram afetados nos olhos e nariz.

Moral da história: ligamos pra polícia, mas não pudemos esperar. Amanhã eu volto ao prédio e falo umas boas verdades pro síndico filho-de-político. E, depois de me informar direitinho, denunciá-lo para a secretaria do meio-ambiente ou na vigilância sanitária. Quero ver se o cara vai voltar a fazer peeling de graça na rua...

Cavaleiro das Trevas

Compro escopeta com mira de laser e alcançe de 200m para assassinar o infeliz de falo retraído que pegou a sua Harley Davidson hoje de madrugada e foi dar uma voltinha pelo bairro, sem antes trocar o seu escapamento pelo de um carro supersônico.

Pago bem também aquele que trouxer a sua moto arranhada com os dizeres PSIU!- Decreto 34.569 de 06 de outubro de 1994.

E bons sonhos aos homens de boa vontade!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Prazer, meu nome é Jó

Hoje eu tenho uma história maniqueísta pra contar. O Bem e o Mal estavam na mesma fila de supermercado comigo.

A dez minutos do começo do maravilhoso Batman, eu resolvi ser esperta e comprar uma coca e um guaraná no supermercado, para não pagar os extorsivos preços da lojinha do Cinemark. O Carrefour tava vazio, tranquilo, e eu consegui levar meus objetos de desejo ao caixa em tempo record. Na minha frente havia outros 3 clientes. Tudo bem eu estava com uma folguinha, não me deixei atingir pela pressa. O cara lá na frente estava fazendo uma compra grande. Terminou, pagou, beleza. Foi quando o Bem se manifestou: a moça que estava na minha frente, com uma compra média já colocada na esteira, percebeu que eu tinha apenas dois volumes na mão. Num surto de gentileza nunca visto dantes na cidade de São Paulo, ela ofereceu para eu passar na sua frente. Agradeci de todo o meu coração, já que o tempo estava correndo e a caixa não agilizava muito. Na minha frente então estavam dois homens que queriam pagar uma conta. A caixa conseguiu demorar incríveis 5 para debitar tal conta. Aí o Mal se manifestou. A caixa, um ser despreparado pela Rede Carrefour, pegou a nota de R$50 do moço, ajeitou o troco que o devolveria e no fim de sete luas, perguntou se ele não teria 30 centavos. É pegadinha, né? Ela é treinada pra estourar pontes de safena, eliminar cortizol no sangue, provocar queda de cabelo dos clientes.

Eu tive que olhar pra trás e fazer contato visual com o Bem, como me desculpando por ter aceitado a oferta de passar na frente dela, o que tirou cerca de um outono de sua vida. Já pra não demorar mais do que o necessário, nem paguei no cartão. Dei R$10 pra moça, ela apertou todas as teclas do teclado dela, apareceu o troco na tela e tudo o mais e ela faz a mesma pergunta imbecil: tem 30 centavos?

Pra dar uma idéia da minha impaciência, eu nem reclamei dos dois centavos que o Carrefour abocanhou do meu troco. Saí sem olhar pra trás. Não poderia ouvir um "Obrigada e volte sempre" do Mal.