sábado, 20 de dezembro de 2008

Uai uai, quem trupica também cai

Estou num momento cármico com meus sapatos, só pode ser!

A segunda parte da saga contada num post anterior aconteceu ontem no fim da tarde. Eu tinha acabado de visitar uma república de estudantes no bairro do Pacaembu e estava a caminho do ponto de ônibus para ir à Vila Madalena bebemorar o segundo vestibular bem-sucedido do meu amigo. Pois bem, antes do fato ser relatado, devo fazer duas breves constatações: a rua onde estava é uma descida e os sapatos que eu estava usando são os mesmos que eu comprei no dia que arrebentei a sandália. Acontece que o pé esquerdo da minha sapatilha é meio largo (oi, todo mundo tem um pé maior que o outro ou só eu?) e ela vive soltanto.

Fatores levados em consideração, digo o que sucedeu: após andar uns 10 metros da saída da república, em velocidade normal, minha sapatilha saiu do meu pé e, diferentemente do normal, eu não consegui recuperar o equilíbrio, pois estava numa descida. O resultado não podia ter sido diferente: tomei um tombo em câmera lenta absolutamente ridículo. Eu e minha bolsa gigante caímos de quatro na calçada e eu, no auge da minha falta de equilíbrio, ainda tombei de lado, batendo com a bunda no chão.

Nos primeiros cinco segundos eu ainda me encontrava em estado de choque: não acreditava na estupidez do ato. Na verdade, poucos devem ter visto. A minha sorte é que eu trupiquei na frente de uma outra casa, na qual se econtrava um senhor que viu tudo. Ele logo veio perguntar se estava tudo bem comigo e eu disse toda machona que sim, imagina, nem ralou e.... daí que eu levantei a minha calça jeans pra mostrar que tava tudo ótimo quando vi o ralado do meu joelho. Pior, vi que minha linda calça jeans importada tinha rasgado. O tal do senhor resolveu entrar e me trazer água oxigenada e algodão, desculpando-se por não ter mais nada apropriado. Eu, morrendo de vergonha, agradeci imensamente, rindo de mim mesma por não crer na bizarrice da situação. Fiquei um bom tempinho sentada no meio da calçada, próxima à Av. Pacaembu, passando água oxigenada no joelho e pé. Menina prevenida que sou, lembrei-me da existência de band-aids inutilizados na minha nécessaire. Dois, por sinal. Curativos devidamente feitos, o vovozinho ainda me ofereceu um refrigerante ou uma água pra beber. Polidamente, rejeitei e agradeci muito toda a gentileza. E segui em frente.

Mas como a anta aqui pertence à mesma classe taxionômica que burros, mulas e topeiras, lógico que a merda não parou por aí. Obstinada que sou, resolvi ir de joelho ralado encontrar-me com meus amigos. Peguei um ônibus que vai até a Dr. Arnaldo e de lá, pegaria algum que fosse para o metrô Vl. Madalena. Coisa simples até para uma criança de sete anos, não? Mas não pra mim! Consegui a façanha de pegar o ônibus errado (tipo, já fiz o trajeto um milhão de vezes, não tem desculpa) e fui parar na Afonso Bovero, ao invés da Heitor Penteado. Quando percebi o erro, desci do ônibus e fui a pé até o metro da Vila, onde encontraria meus amigos. Depois de 20 minutos caminhando com o joelho latejando, cheguei no ponto de encontro, apenas cinco minutos antes do feliz vestibulando ter que ir embora. Na hora de ir pra casa, ainda tive que pegar um taxi, pois não havia ônibus que fizesse o trajeto até a minha casa, que não fica tããão longe do metrô. Gastei meu rico dinheirinho num trajeto que normalmente faria à pé.

Ainda assim, tive um dia maravilhoso, querido diário. Cheguei em casa, tomei banho, renovei meus curativos e fui pra Paulista com quatro amigos assistir Gomorra. Recomendo. Depois, fechamos com chave de ouro (e cebolas fritas, maionese e um garçom MUITO mal-humorado) nossa noite numa ida ao templo da glutonia chamado New Dog, no Itaim Beebee. Ri muito e comi muito, esquecendo a dor que cada degrau do cinema do HSBC me fez sofrer.

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