Uma das opções de transporte coletivo que eu tenho na minha rua é um micro-ônibus. Dependendo do horário, até dá pra arranjar um lugar para eu me sentar. Essa semana, indo para o estágio, fui subir no tal do ônibus. Quando vi, estava lotado. Milhares de pessoas se amontoavam naquela parte antes da catraca. Eu, toda atrapalhada, com bolsa, celular, fones de ouvido e Bilhete Único em mãos, fiquei atordoada me equilibrando nas primeiras curvas. Quando eu percebi, o motorista era uma verdadeira lesma, que ao invés de acelerar com o farol verde, seguiu em ritmo de bossa nova em direção ao cruzamento. Sua lentidão foi tal, que o semáforo fechou quando finalmente o alcançamos. Não bastasse sua estupidez, ele começou a cantar ¨Tá vermelho! Tá vermelho! Tá vermelho!¨e bater palminhas. Foi quando a moça que entrega aquele jornal de distribuição gratuita apareceu que as coisas começaram a ser esclarecidas diante de meus olhos míopes.
Segundo um outro passageiro esmagado, o tal do motorista era o boa-praça garanhão. Realmente, todas as pessoas que se aglutinavam em sua volta eram mulheres, pavoneando em cima do Don Juan dos Corredores. O boa-pinta, gracinha após gracinha, começou a distribuir os jornaizinhos, dizendo que eram gratuitos, mas quem quisesse poderia colaborar com a ¨caixinha¨. As maria-catraca se acotovelavam para receber atenção daquele que me tirava do sério. Semáforo finalmente cruzado, percebi que aquela aglutinação de feromônios realmente só acontecia na frente do ônibus, o que quer dizer que a minha bunda esmagada na porta, danto uma vista fenomenal para todos os outros motoristas desavisados de São Paulo, foi exibida à toa. Inconformada, girei a catraca para o mundo da não-idolatria de um homem com a camisa azul de mangas curtas.
Sou eu ou o sex-appeal de alguém diminui consideravelmente num ambiente CCzento??
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Um comentário:
Sem menosprezar essa nobre catiguria profiçionau, eu fico admirado com o fetiche praticado em público por moçoilas até graciosas ao se jogarem no colo de motoristas e cobradores. Deve ser complexo de édipo mal resolvido. Só pode.
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