terça-feira, 28 de outubro de 2008

Onicofagia

Umas das manias que eu considero mais nojentas e feiosas é a de roer unhas. Me desculpem os leitores deste humilde blog, caso sejam praticantes do hábito, mas há poucas coisas tão repugnantes quanto observar alguém comendo seus restos de queratina.

Ontem pude observar dois exemplares da espécie humana praticando o delito de forma hedionda. A primeira das algozes do bom-comportamento era uma menina que foi assistir uma aula na minha turma. Era a namorada de alguém que foi apresentar trabalho. Sem exagerar, eu não vi a menina sem o dedo na boca. Ela ficou a aula inteira mordendo, mastigando, cutucando e atacando mais e mais suas unhas e cutículas. Ou o que sobrou destas.

Depois da aula, no já banheiro público mais conhecido como ônibus, eu observei horrorizada, de boca aberta e olhar de desaprovação, um marmanjo praticamente engolindo suas unhas, dedos e mãos ao mesmo tempo. O ogro, pelo jeito, roía os tocos de unha com os molares. Ele enfiava seus dedos tão profundamente na boca que parecia que ele queria se matar engasgando. Além do mais, que nojo, hein, enfiar a mão na boca, no olho ou no nariz depois de segurar numa barra de apoio do ônibus. Eu não encosto em nada, muito menos em comida, se eu tive que me segurar dentro do pau-de-arara naquelas barras ensebadas. Eca.

Imagina que nojo que deve ser beijar uma pessoa que rói unha. Se eu souber que o cara pratica o hábito, não tem segunda chance. Que asco daqueles restos de unha grudados no céu da boca... Eca, eca, eca!

Gente, vamos combinar que dá nojinho ver vocês comendo pedacinho de unha. Imagine o choque em ver alguém comendo caquinha de nariz ou caspa de cabelo. Pra mim, é tudo a mesma coisa. Na minha terra isso tem nome: porqueira.

sábado, 25 de outubro de 2008

O samba que você me convidou

Esse post aqui não é de reclamação. Vou mudar um pouco o humor neste lindo sábado ensolarado para fazer um sincero elogio e uma recomendação.

Ontem eu fui com umas amigas numa balada chamada Aldeia Turiassú. Isso, fica lá na Rua Turiassú, em Perdizes. Pelo que eu entendi, não é uma balada convencional, mas sim um espaço para festas e eventos. A cada quinze dias acontece o samba-rock (muito mais samba do que rock. Não ouvi nenhuma vez tocar Jorge Ben) com uma banda enooorme. Só tenho elogios!!!

A começar pelo lugar, que é super bonito, com cara de armazém. É bem ventilado, o que evita aquela fumaceira de cigarro e o calor insuportável (claro que sambando a gente morre de calor de qualquer jeito). Na entrada tem uma área aberta, com bancos de alvenaria e um jardim, que ontem estava florido, lindo! Faz toda a diferença. Dentro do local tem muito espaço, dá pra dançar à vontade, que nem uma porta-bandeira rodopiante. As bebidas são baratas (água R$ 2, cerveja R$ 3 e caipirinha de pinga R$ 10), tem desconto na entrada para estudantes (R$ 25) e, acima de tudo na escala de importância, é bem frequentado.

A maioria do público é de estudantes universitários, com cara da PUC. Um pessoal tranquilo, que está lá pra ouvir uma boa música e dançar a noite toda. Tem gente que arrisca dançar gafieira, e fica até bonito. Eu fui abordada umas duas vezes pra dançar, mas recusei porque sou ruim mesmo, e não porque os caras fossem pegajosos. Aliás, não é dessas baladas-pegação. Se você fala ¨não¨ pro cara, ele te deixa e vai curtir o samba. Também tem gente mais velha, casais de meia-idade que vão curtir um sambinha e dançam muito fofos coladinhos.

Eu vi um cara de boné pra trás, mas a balada não tem dress-code. É bem tranquila nesse sentido. Pode ir de cara lavada, saia e sandália confortável, porque o esquema é mostrar toda a sapucaí! Não me senti overdressed de salto, mas adoraria estar de sapatilha para dançar sem dor clássicos de Carmen Miranda, Chico Buarque, Noel Rosa...

Fica aí a dica. Eu voltarei com certeza. E ainda vou levar gringos um dia pra conhecerem uma balada com boa música, boa gente, boa caipirinha pra arrastar sandália até gastar...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

As popozudas perde (sic) a linha

Olha só o desaforo:

Hoje, no Largo da Batata, eu estava passando na frente de uma barraquinha de camelô que tocava um funk horroroso no último volume. Uma senhora franzina verbalizou tudo aquilo que eu queria falar já há algum tempo:

- Abaixa o som dessa p*rra, c*ralho!

A resposta infame do velho ambulante barrigudo com camisa aberta foi:

- Que foi, tá com pobrema sequissual?

Ô da barriga, vamos com calma. Primeiro que a sua caixa de som infesta nossos dias com uma música terrível a 45897 decibéis. Segundo que mulher não pode reclamar que já é considerada insatisfeita sexualmente (mais conhecida como mal-comida)? Essa lógica deve fazer sentido para o senhor, já que não há nada mais machista do que o que toca na sua vitrolinha...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Quatro-olhos

Por que será que no dia em que faz um sol desgraçado na hora de sair de casa, um temporal se aproxima e o cinema está me esperando, eu tenho que usar óculos ao invés de lentes???

É importante esclarecer que: eu sou viciada em óculos escuros, óculos embaçam quando chove e eu enxergo muito pior de óculos de que de lente.

Maldito o dia em que meu olho resolver ter frescura! Não consigo nem reconhecer que ônibus se aproxima!

sábado, 18 de outubro de 2008

Pra você, com carinho.

Ainda na rota mau-gosto deste sábado (não falta assunto pro tema), gostaria de compartilhar uma brincadeirinha com vocês, queridos leitores do blog.

Entrem nesse link e vejam quem vai ganhar um presentinho do cantor Belo.

(Se quiserem aloprar um amigo, essa é a chance!)

Gostohraro

Eu sei que chochação não é a finalidade do meu blog. Deixo a tarefa para aqueles que o fazem mil vezes melhor do que eu, como os linkados ao lado Shoe-me e TDUD? Mas certas coisas surgem na nossa vida e não podem passar desapercebidas. Uma dessas, hm, situações é a descoberta de uma marca chamada Ropahrara. Rezam as más línguas que todas as mulheres-bunda do showbiz brasileiro têm cartão-fidelidade da marca. Como o gosto, hmhmhm, sensual dessas moças é bastante conhecido, eu fui checar que loja era essa e que tipo de roupa eles vendem. Minha pesquisa rendeu momentos de muitas risadas. Existe realmente quem fabrique as roupas que a gente vê as dançarinas de axé, funk, música ruim, usando. Achei que elas mandassem as costureiras adaptarem aqueles vestidos para o comprimento ¨aPPPertado¨.



Enfim, mesmo com muitas escolas de moda em todo o território nacional, existem profissionais que se ocupam em se eximir de todo bom-gosto para desenhar e confeccionar os modelitos da (cof) grife.



Vejamos um exemplo

Por onde começar? Vamos por ítens:

- A cor: amarelo-cintilante. Olha, nunca que essa cor deve ser usada, pra nada. Não serve nem pra pano-de-chão porque qualquer cintilante é sintético e não absorve nada. Não serve pra lençól de motel, nem pra forro de bolsa, nem pra bandeira do Brasil em época de copa. Pra nada, enfim.

- É pra ser usado na rua, no palco, na cama ou na praia? Ou é um multi-uso? Porque, pensando bem, se você estiver se apresentado num show de funk e tiver o maior calorzão, é só tirar as luvas e as ¨calças¨ que o figurino pode virar biquini . Ou ainda lingerie, dependendo da situação, caso um dos integrantes da banda quiser dar uma furunfada lá atrás da grua.

- Pra que servem os furos? Eu até entendo os furos de outros modelitos, como aqueles que ficam no meio da barriga, pra mostrar o piercing no imbigo. Mas esses? Imagina se a fia for fazer uma sessão de fotos sensuais no Piscinão de Ramos? Vai ficar cheia de marcas de sol em forma de traça?

- E a sandália de acrílico? Tudo bem que não é exclusividade dessa produção, mas taí um sapato que eu nunca entendi. É pra parecer que a moça tá flutuando no ar? É pra ficar mais alta sem que ninguém perceba que você está usando salto? É pra matar barata sem que ela veja o sapato transparente se aproximando?

Como dizem os narradores do Polishop, ¨Mas não é só isso!¨. Além de toda as bizarrices do site, exite um perfil no Orkut sobre a marca. Pra facilitar a vida dos queridos leitores, aqui vai parte do perfil (grifos meus):

Descrição do trabalho: Ropahrara moda exótica trabalha com o que há de mais sofisticado em vestuário, com looks altamente desenvolvidos para realçar a beleza feminina, uma marca criada para quem degusta de glamour! Com um designer ousado e poderoso, a marca vem a cada dia conquistando e surpreendendo os consumidores mais exigentes. A grife utiliza de materia-prima, o que existe de mais moderno e conceitual em materia têxtil. Ropahrara é referência entre os produtores de moda mais badalados do país, a mesma que está conquistado varias celebridades . Ropahrara também é marcada, pelo seu atendimento diferenciado e irreverente, onde os profissionais estão preparados para ajudá-lo a escolher o que melhor se encaixa com o perfil do cliente.

A capacidade de redação é igualmente proporcional ao bom-gosto da marca. Adoraria saber algumas coisas: que sabor tem glamour? Que designer é esse, ousado e poderoso? Que linha-de-produção não usa matéria-prima? Quem está conquistando as celebridades?

Ai, são tantos questionamentos! Eu devo ter ficado meia tonta depois de confundir a Mulher-Melancia com uma salsicha Sadia nas fotos do perfil da marca no Orkut. Imagina se alguém acaba colocando uma fruta no cachorro-quente? Neste caso, com muita gordura saturada.

Mulher-farofa

Toda vez que eu tenho que pegar ônibus no Largo da Batata (pra quem não sabe, o ponto mais farofa-com-guaraná daqui de Sampa, além de quase ser um terminal de ônibus) acabo tendo novas experiências dignas de relato.

Ontem, voltando pra casa, tive que esperar meu ônibus por volta da meia-noite. A região é bem conhecida por concentrar 98% dos rastepé de São Paulo. Como não podia ser diferente, a poluição sonora forrozenta começa já no happy hour. Como eu cheguei na hora da ferveção, tinha muita gente na frente dos bares e (cof) casas de show. Mas o pico do mau-gosto (11, numa escala de 0 a 10) foi quando uma banda tocou Créu em ritmo de forró.

Alí jaz a música brasileira.

Companhia Limitada

Que o mundo está cheio de incompetendes, todos já sabem. Eu sei que eu vou chover no molhado neste post, mas é que ontem tive três exemplos de que os chefes não dão a mínima por contratar pessoas que não sabem nem quanto são dois mais dois.

Situação número um: o telefonema que eu tive que fazer à tarde, do meu estágio, para uma universidade nos confins deste país. Eu liguei para a faculdade de agronomia dessa instituição para perguntar o e-mail de contato. Um homem atendeu o telefone e eu fiz o meu pedido:

- Boa tarde, eu gostaria do e-mail da Faculdade de Agronomia, por favor.
- Olha, eu não sei informar, não.
- Mas eu não liguei pra Faculdade de Agronomia?
- Ligou, mas não tem ninguém do departamento aqui.
- Mas o senhor não sabe nem o e-mail para contato?
- Só um instantinho. (voz abafada: Ô Josicreysson, sabe qual o e-mail da faculdade?). Ó, não sei não.
- Tá. O senhor sabe pra quem eu posso ligar para pedir a informação?
- Peraí. (novamente: Ô Josicreysson, qual é o telefone lá da cidade?). Ó, moça, é o 5555-5555.
- Obrigada

Querido leitor, achemos os erros desta conduta: primeiro que não havia NINGUÉM da secretaria da faculdade numa tarde de sexta-feira, em pleno expediente. Segundo, deixaram para atender o telefone um indivíduo que não sabe dar nenhuma informação que não seja para contar se está chovendo ou fazendo sol. Terceiro que deixaram de auxiliar dele um outro indivíduo que sabe quase tão pouco quanto ele (sabe também dizer qual é o dia da semana). Vale ressaltar que esta é uma universidade FEDERAL, o que nos coloca na condição de contribuintes feitos de bobo, pois pagamos o salário dessas mentes desprivilegiadas.

Situação número dois: fui ao cinema com uma amiga, à noite, para ver Lemon Tree (magavilhouso). Saímos da sessão e vimos o stand da 32a Mostra Internacional de Cinema. Minha amiga queria comprar a programação da Mostra e saber se dá pra comprar os ingressos com antecedência. Começou que o moço atrás do balcão não soube responder essa pergunta, digamos, fundamental. Ele teve que chamar outra moça para responder. A moça chegou, nós perguntamos, e ela disse que... não sabia! Ela falou que no cinema onde estávamos era permitido retirar ingressos com ,no máximo, uma hora de antecedência. Minha amiga disse que num outro cinema de que ela tinha conhecimento era permitido retirar com maior antecedência. A moça falou que não sabia dizer quais podiam e quais não podiam, que tipo de conduta era mais freqüente, nada. Minha amiga perguntou se existia alguma informação impressa sobre isso, talvez no guia que ela acabara de comprar. Moça responde que não. Eu, contendo o meu tom de megera-puta-da-vida, comentei: ¨Podia padronizar ano que vem, ficaí a dica¨. Não sei como me mantive tão calminha. A culpa também não era da moça se não há um padrão de venda de ingressos. Mas, pô, custava o povinho contratado para a semana na Mostra ao menos LER o panfleto deles? O povo não vai lá no stand só pra comprar camiseta, xícara, camisinha da Mostra. Mais que tudo, eles deviam se preparar para dar informações, aquelas gratuitas.

Situação três: o local do crime foi no Café Viena da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional. Eles têm um bufêzinho, onde, como na rede Viena, você pega a sua comida e paga no caixa. Eu havia olhado o cardápio para ver as opções antes de empacar a fila. Eles têm uma oferta de sanduíches quentes e frios, que são iguais, só variam na temperatura. Entrei na fila, decidida que comeria um sanduíche de rosbife quente. Como eu estava com pressa, perguntei para a atendente detrás do balcão:

- Tem sanduíche de rosbife quente?
- Não, tem sanduíche quente não, só esses frios na esteira. (que inclusive comportava dois exemplares do de rosbife)
- Mas tá no cardápio.
- ´Pera só um instante (foi perguntar para a outra colega)
- Então?
- Precisa esquentar só.
- Quanto tempo demora?
- Uns cinco minutinhos.

Depois dessa, eu desisti. Se ela nem sabia o que constava no próprio cardápio e o café estava cuspindo gente pra fora, de tão lotado, eu não podia confiar na informação. Enfiei güela abaixo o sanduíche frio mesmo, tentando não destroçá-lo com a faca absolutamente sem corte.

Olha, nos velhos tempos da minha tenra infância, o Viena era bem melhor, atendimento idem. Daqui a pouco eles vão conseguir acabar com o que lhes resta de bom: a torta de limão!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Vou tar passando

Eu moro difavô na casa de uns amigos. Aqui tem luxo e mordomia, comidinha quentinha no almoço e no jantar, vista para o pôr-do-sol e ponto de ônibus pertinho, pertinho.Grande parte da dolce vita tem motivo: a moça que trabalha aqui. Depois de morar cerca de três anos sozinha, eu aprendi a dar valor para camisas passadas, feijão cozido no dia e um banheiro tinindo de limpo. No ano passado, nem faxineira eu tive. Então agora é só alegria!



Mas a moça tem um efeito colateral na minha vida: o telefone toca o dia todo. Como os tais amigos ficam o dia todo fora, trabalhando, eu acabo atendendo na maioria das vezes as ligações. NUNCA é pra mim (inclusive porque eu não divulgo o número daqui, porque daí vira a casa da mãe Joana). O saco é que é sempre a mesma fia que liga. O diálogo nunca muda:



Eu: - Alô?
Fulaninha: - Por favor, a Sicraninha está?
Eu: - Está, quem gostaria?
Fulaninha: - É a amiga dela.



E é assim, sempre. O mesmo diálogo, ipsis literis, todas as vezes que ela liga. Depois de umas duas vezes eu já comecei a reconhecer a vozinha fanha da moça, mas como eu não perco o hábito de perguntar quem é o meu interlocutor...



De tanto que a moça daqui bate-papo ao telefone, eu fico com medo dos meus amigos acharem que sou eu que alugo a linha. Juro que qualquer ligação que eu faço sai do meu celular. Mas, pô, além de tudo, eu virei governanta agora?



- Mansão dos Ferreira de Albuquerque, pois não?

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Dr. House explica

Gentem,

nesse ínterim de verborragia, espirrei e meu ovário direito deu uma pontada monstra!

Será que a minha loombriga faminta já chegou até lá? Ela podia comer meu ovário direito inteiro, daí eu menstruava mês sim, mês não. Que tal? Fica aí a dica!

Brega é a vovozinha

Olha, eu nem sou fashion oriented, nem nada, mas hoje eu estava voltando pra casa e passei na frente de uma loja e vi um vestido horroroso. Sabe aqueles lenços de vó, feitos de seda, de marcas como Versace, Dior e LV?


O vestido era como um desses lenços (com umas correntes douradas estampadas e tudo o mais), longuette, frente única e tals.
Alô-ou? Quem vai querer usar um lenço tamanho lençol enrolado no corpo todo? Daqui a uns 30 anos vai ser o quê? Um keffieh (aquele lenço palestino que bombou nos pescoços de 11 entre 10 fashion victims deste Brasil) de 2mx2m?
Gente, se não for a Vera Loyola nem a vovozinha, não orna.

Buscando conexão

A tal da padaria me dá tanta dor de cabeça na hora de pagar que eu vou criar um marcador só pra ela.

Hoje as tiazinhas do caixa resolveram que eu tinha 10 (DEZ) minutos para gastar, esperando que a maquininha capenga delas funcionasse e passasse o meu cartão.

O duro é que lá é realmente o lugar mais barato das redondezas (que não provoque intoxicação alimentar) e, traindo as leis que deveriam reger o capitalismo liberal (alias, who believes in those things nowadays anyway?), a concorrência insiste em não dar as caras.

Circo

Qualquer pessoa que esteja acompanhando algum tipo de mídia jornalística ficou sabendo de um caso de sequestro que, até agora não foi resolvido.

Uma menina é mantida há três dias em cárcere privado pelo ex-namorado, inconformado. Ele está armado (credo, que cacofonia! mas estou com preguiça de reescrever) e não tem respondido às negociaçoes. Uma história super dramática e tomara que sem um final trágico.

Hoje à tarde, o superintendente de futebol do São Paulo Futebol Clube (e vereador eleito) Marco Aurélio Cunha foi participar da negociação da polícia, já que o sequestrador hasteou uma camisa do SPFC na janela do apartamento (o motivo não é claro, mas pode ser apenas para ocultar a visão dos policiais, sei lá). Ao chegar no local, disposto a ajudar de alguma maneira (não sei também o que o cartola foi fazer lá, achei meio sem propósito), Marco Aurélio foi recebido por são-paulinos, que pediam autógrafo, e por palmeirenses, que ficaram gritando Verdão! Verdão!

Olha, eu sou corinthiana, não tenho nada a ver com o assunto. Pra mim tanto faz quem for lá pro lugar, contanto que não atrapalhe. Mas essa corja de populares curiosos, oportunistas e desgraçados não tinha nada melhor pra fazer, não? Uma situação tão delicada merece o devido respeito e consideração, inclusive para não atrapalhar o trabalho da Polícia. Parece a época do assassinato da garota Isabella. Um bando de desocupados montava guarda na frente do prédio, da delegacia, do tribunal, todos os dias. E não era a turma do sou-da-paz. Quem estava lá para se manifestar contra o crime hediondo queria linchar os pais da menina (Oi, incoerência?). Quem estava lá para aparecer, ligava pra mãe pra falar que estava no Cidade Alerta. Quem estava lá pra tirar proveito, ganhava uns trocados vendendo sorvete atrás da barreira policial que impedia a horda de infelizes de chegar perto do prédio.

Por que esse bando de hipócritas não desiste de ir para as cenas dos crimes? Já tem o Cidade Alerta, o SP Record, a Márcia, o escambau passando tudo isso, ao vivo, com mais um monte de outras tragédias e criminosos, dispostos a ganhar a sua audiência no Ibope. Pode ligar a TV, aposto que você vai ver algum camburão chegando ou saindo de algum lugar. E aposto mais uma vez que vai ter a turma dos curiosos ao fundo. Ligando para a mãe.

Desabafo

Hoje a postagem promete, tô cheia de reclamações:

Eu mantenho um relacionamento à distância há bastante tempo. Meu namorado é de outro país e nós estamos separados geograficamente desde abril. Nas férias de julho fui visitá-lo e fiquei 7 semanas curtindo um só love, só love. Desde meados de agosto que não nos vemos mesmo, só pela webcam do Santo Skype. Mas dura, viu? Antes era mais difícil, eu sofria mais com a saudade. Agora, com o tempo, aprendi a não ficar tão deprê, inclusive com o fato de não saber quando poderemos nos ver de novo. Acho que tem a ver com a minha baixa taxa de tempo ocioso (tipos, despendido nesse blog?) e com a maturidade que eu acabei adquirindo.

Acontece que todo mundo quer palpitar no assunto. Adoro quando as pessoas me contam cases de sucesso de outros relacionamentos intercontinentais. Me dá uma força, mesmo. Mas tem muita gente que adora fazer um comentariozinho maldoso. Não perde uma!

No semestre passado, quando a vida estava uma merda e só faltava eu tentar suicídio com uma faca de manteiga, eu morava com uma mulher chata e beeem mais velha, da idade da minha mãe. Além dela, havia uma prima que sempre ia visitá-la lá no apartamento. Outra chata divorciada. Duas pós-balzacas. Uma bela noite, enquanto eu e prima assistíamos televisão, o assunto surgiu. Conversa vai, conversa vem, ela começou a fazer suas considerações, dizendo que esses relacionamentos não vão pra frente, que não vale a pena continuar, que homem não presta, yadda, yadda, yadda... Ô fia, não é porque seu hómi te largou um dia que todos os relacionamentos do mundo fracassam. Terminei essa conversa super mal e fui chorar as pitangas pro Bem no dia seguinte. Passou.

Daí, entre tantos outros agouros (nem acredito nessa história de superstição, mas é a expressão que tá na boca do povo), o meu chefe começa a relinchar hoje, quando eu comentei que ia ligar pro meu dito-cujo hoje à noite. Ele perguntou se era o namorado daqui ou o de lá. Eu respondi, bem-humorada, que era o de lá e só o de lá, que não tem essa de poligamia pra mim não, se fosse assim, seria ficante, etc etc. Ele então, num arroubo de simpatia, ele começa a falar que não tem como ele ficar sabendo se eu tiver, piriri, pororó. Pra mim essa conversinha tem apenas dois finais possíveis (no meu célebro, é lógico). Ou eu mando o chefe tomar no cu porque está me xavecando ou eu mando o chefe tomar no cu porque ele está sendo um completo idiota de falar isso pra qualquer mulher do mundo.

Que fique claro que eu não sou ciumenta, que eu confio SIM no meu namorado e tenho um milhão de motivos pra isso. Que eu não preciso ficar perguntando pros nossos amigos em comum se ele aprontou alguma ou não, inclusive porque eu considero isso ridículo. Se eu não confiasse nele, não acreditasse que o nosso namoro daria certo, eu não estaria desperdiçando meu tempo, minha abstinência, meus planos futuros.

Prontofalei.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Swing sange-bom

Aee, depois os cariocaish reclamam. Mas o que eu posso fazer quando dois estereótipos almoçam do meu lado?

Lá na famigerada padaria, onde eu faço a minha segunda mais importante refeição do dia (já que, na minha lógica, todas são imprescindíveis), apareceram duas mulheres (na casa dos 25 anos) de shortinho, regatinha curta, tênis. Ou seja, indo ou voltando da ginástica. É importante lembrar da chapinha feita, do brinco na orelha e do rímel. Tipos, não merece meu respeito ir montada à academia, muito menos saracotear por aí com roupa de lycra, justíssima, umbiguim de fora.

As duas popozudas sentaram-se à mesa ao meu lado. Papo vai, papo vem, naquele carioquês incompreensível. A morena solta:

- Ei, psiu, tu, chega aê!

Isso, minha gente, era o vocativo para garçom, na língua dela. Olha, quando eu era garçonete, num país muito distante, eu detestava quando os clientes acenavam pra mim, como se eu fosse lamber o chão deles, pra pedir alguma coisa. É fácil chamar com educação, só falar GAR-ÇOM. A pessoa aparece toda prestativa. Se for seu amigão, pode chamar de Chefia, Amizade, Grande ou similar, mas só se você for tiozão. Se for menina de 14 anos, pode chamar de moço.

Carioca como eram, pediram suco (nada mais Malhação do que tomar suco). Aí que o celular toca (no último volume, com a caixa de som estourando, pedindo arrego), para todo o restaurante poder ouvir o bom-gosto das fias, um belo pancadão!

Cá entre nós: pede ou não pede pra rotular?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A bug´s life

Venho por meio deste post anunciar o meu desgosto tremendo em relação à ENORME quantidade de mosquitos de luz que emigraram para a cidade de São Paulo em tempo record de 24 horas. Bastou os termometros atingirem os 30 graus, os filhos de uma mal-amada vieram fazer festa em qualquer lâmpada acesa.

Ontem à noite, na faculdade, já levei um susto. Mas estavam longe de mim e eu aceitei o fato. Hoje, no fim da tarde, aproveitando-se das janelas abertas do escritório, uma núvem de mosquitos infelizes veio dançar rumba na lâmpada em cima de mim!! Juro que tinha uns 40 ou 50! Do absoluto nada! E agora eles inventam de se suicidar, perdendo as asinhas por aí e caindo como larvas no meu colo, decote, cabelo... IUUUUUUUUUUCCCCCCCCCCC!!!!!!!!!

Morte aos seres de 6 patas DJÁ!

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Then you turn your back and they're gone so fast...

Sexta-feira à noite fiquei em casa. Não estava com vontade de sair e resolvi arrumar os CDs da casa, colocando cada um em sua respectiva caixinha. Já que a atividade é naturalmente entediante, sentei em frente à TV e coloquei no VH1, a MTV que deu certo. Lá passa-se clipes.

Enfim, o programa que eles estavam passando no momento eram os 60 Melhores Clipes para Lembrar da Infância (ou algo parecido). Qual não foi a minha surpresa quando vi que, ao colocar nesse canal, o clipe que acabara de começar era, nada mais, nada menos do que o estrondoso hit da minha pré-aborrescência: MMMMMMMMMMMMBOP, do Hanson. Gentem, amei. Me senti com 12 anos novamente, quando antes de dormir dava sempre uma bitoquinha no meu poster do Taylor Hanson.

O melhor de tudo foi cantar a música junto, inclusive com o meu inglês macarrônico da época. As palavras que eu não conhecia eu simplesmente adaptei ao que meus ouvidos entendiam. Easy!

Pra quem quiser matar a saudade, aqui vai o link para o clipe (que não pode ser postado diretamente, já que a Universal é chata, boba e feia)

Mmmbop ba duba dop
Ba du bop Ba du dop
Ba du bop Ba du dopBa du....

Propaganda enganosa

O que você faz quando é convocado a ir a um churrasco, chega lá e ao invés de encontrar picanhas suculentas ou mesmo espetinhos de frango, o cardápio é composto de bolo Pullmann e rosquinhas?



E se, além de tudo, os organizadores quiserem cobrar dez reais de você por descer essa farofa toda com suco Tang?

- Chiquinha, diz que a minha vovozinha morreu!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Barbie guél

Tem uma rua aqui em Sampa com zilhões de lojas de decoração. A maioria é um leesho, com aquela coisa toda de couro ecológico (quer pagar de grã-fino ou quer fazer a linha vegan?), muito acrílico mal utilizado, pufes pra tudo quanto é quanto (Oi, a infância já acabou!), mesas de centro madeira-vidro-aço (já deu, né?), etc.

Eu já estou acostumadíssima em ver todo tipo de atentado à decoração e arquitetura. Não sou nenhuma expert mas, como filha de arquiteta, li muita Arquitetura&Construção e Casa Claudia. Alguma noção de bom-gosto eu tenho! Acontece que nada do que eu vi nos últimos tempos superou o meu choque ao ver uma vitrine simulando um quarto de menina. Não deu pra tirar foto, então vai o meu desenho, no Paint, pra dar uma idéia do assassinato aos meus olhos:



Pra quem não entendeu o meu talento, isso é uma cama. A cabeceira é exatamente dessa cor, imitando a porta de um castelo.

Senhora arquiteta (ir)responsável: faltou rosa na sua infância? Você era sempre o Ken nas brincadeiras? Sua mãe fazia você brincar com o educativo jogo da memória, ao invés de treinar para dona-de-casa brincando com bonecas?

Sinceramente, acho que você foi colega de classe da Brunete (ou melhor, Blonde) Fraccaroli lá na FAU.



- Me empresta o giz cor-de-rosa?

É crédito ou débito?

Gente burra é um saco. Ainda mais se for gente burra sem noção de empreendimento e que resolve abrir negócio.

Eu costumo almoçar numa padaria que tem um "por quilo" nos fundos. Como é o preço mais camarada do quarteirão, eu me entupo diariamente com as combinações de feijoada, moqueca, nuggets e molho rosê no mesmo prato. O lugar não tem gente saindo pelo ladrão, mas a clientela é fiel e o horário de almoço é de pico (óbevel).

Mas o PUTO do padeiro dono do estabelecimento ainda não percebeu que ao dividir os seus dois caixas em "pagamento com dinheiro" e "pagamento com cheque e cartões", um dos dois acaba, invariavelmente, lotado. Como a tchurma adora um Visa-vale, um cartão Tíque-Refeição, a fila do cartão fica quilométrica, dando a volta na prateleira de bolos.

Porque será que ao invés de deixar mocinha que fica no caixa de dinheiro se esgoelar, avisando o povo que ali se aceita pagamento em espécie, não deixa também ela dar um passinho pro lado pra passar o cartão de nós, cidadãos de bem? Fora que a fia do cartão nao conseguiu passar o meu e ficou cerca de 10 minutos tentando conexão, segurando o fio do telefone, que tava com mal-contato.

Aí eu me pergunto: é pra isso que nóis paga anuidade?

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pelos poderes de Barsa!

A babá da minha prima acompanha a novela Mutantes, da Record. Um belo dia, na casa dos meus tios, me juntei à ela e à empregada e vi quão bizarro esse programa é. Além de mal-feito, com cenários capengas e figurino de escola de samba, "atores" amadores e um enredo patético, os produtores resolveram que as falas teriam que fazer jus à Escola Seu-Creysson de Tosquisse.


Semana passada, eu estava à toa, sem TV a cabo. Bora ver Record! Resolvi me divertir com a novela e acabei vendo cerca de meia-hora do programa. Recomendo! Na verdade, eu recomendo assistir em turma, com uma vódeguinha pra acompanhar. Deve ser de se mijar nas calças.

Anfã, teve uma cena em que dois personagens "do bem" estavam discutindo num hospital o que fariam com o vampiro que estava à solta, querendo fazer justiça com as próprias presas. Segue o diálogo (mais ou menos do jeito que eu lembro):

Herói 1 - É um absurdo que o vampiro queira se vingar de todos os assassinos que estão na rua. Como ele vai saber quem é que ele está procurando?

Herói 2 - É verdade, assim ele vai acabar matando inocentes!

Herói 1 - O problema é que vai ser muito difícil colocar nas grades quem matou fulaninha, a justiça no nosso país é muito lenta!

Herói 2 - É, os processos costumam levar de três a dez anos para serem julgados no Brasil.

Herói 1 - Nos Estados Unidos, a média é de três a seis meses!

Herói 2 - Isso num país de 350 milhões de habitantes, em comparação com o Brasil, que tem 190 milhões.

Foi mais ou menos isso a conversa. Eu lembro que algum dos dois comentou alguma coisa da pena de morte nos EUA e blablabla. Só sei que foi um festival de fatos tirados da Wikipédia, no meio de uma cena "tensa" que não fazia o menor sentido. Oi, vocês querem ser educativos? Então pára de fazer a atriz-mirim da novela ter que dizer que, com o anel mágico dela, ela pode ouvir os pensamentos.

Juro, só faltou as duas bestas começarem a recictar a soma dos PIBs dos estados agrícolas norte-americanos e a quilometragem quadrada da região da Nova Inglaterra. Pô, quem conversa assim?? Eles devem ser os Mutantes Enciclopédicos.