sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Povão Pride

Eu me formei. Quero dizer, estou para me formar, ainda que não tenha escrito meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso, monografia, ou sei-lá-como se chama no seu vocabulário). A questão é que semana que vem tem a minha festa de formatura. Na verdade eu não queria entrar NESTE mérito da questão, já que eu não aderi ao pacote colação de grau & baile por vários motivos. Acho muito caro (R$ 2.145, se add na minha conta do Banco Real) e detesto essa mercantilização das festas em geral (debutante, casamento, formatura). Acho um porre uma empresa mandar e desmandar numa comemoração que deveria ser pessoal (no caso, grupal). Fora que eu acho brega a história da valsa, do papel picado, do vestidão de chiffon... essas coisas todas que as pessoas (no caso, as meninas) acham superhipermegaimportantes e imprescindíveis. Eu passo. Sem contar que dos ritos de passagem, este é dos menos importantes pra mim. Tá, legal, me formei, UHU! Prefiro ainda assim viajar com a minha turma (meus amigos, e não meus colegas com os quais eu nem conversei ao longo de quatro anos).

Anfã, eu vim escrever sobre outra coisa. Não adianta, eu me conheço. Assim como as minhas amigas, que me apelidaram de Miss Princípios. Essa história da formatura revolve o espírito revolucionário dentro de mim. A questão REAL deste post é que ontem eu fui bater perna em Pinheiros pra comprar o meu vestido.

Como era de se esperar, a região é bem barata. Não queria de jeito nenhum gastar muitas centenas de realetas num vestido brega que eu usaria uma ou duas vezes na vida. Sou básica demais para me arriscar em tafetás, rendas e drapeados. Sem contar que uma vez por Era Glacial aparece um evento que exija um longo. Bati muita perna, já que mercadoria barata= made in East. Não é por nada não, mas quase todas as lojas que eu visitei tinham a mesma (má) qualidade, com vestidos costurados na Coréia (do Norte, provavelmente). Todo vestido legalzinho que eu vi tinha um caimento esquisito, uma costura aberta, um acabamento mal-feito. Não nego que vi um ou dois bem interessantes, pretos e sem frufrus. No máximo uma saia reta plissada. Mas ainda assim não havia me convencido em gastar uns 160, 170 reais em uma peça que podia provocar um strip-tease involuntário durante o chão chão chão que vai rolar na festa.

Depois de três horas irritantemente destinadas a experimentar vestidos e mais vestidos (como eu ODEIO experimentar roupa!) e vivendo momentos únicos ao lado de vendedoras inexperientes/sem noção que me agraciavam com pérolas como "Você é a formante (sic)?" ou "Mas você é básica demais, hein?", ou ainda que pediam licença DEPOIS de terem aberto a cortina no provador enquanto eu estava trocando de roupa, eu finalmente econtrei um rolo de pano cerzido pra chamar de meu! Numa loja a duas quadras do malfadado Largo da Batata adquiri um tomara-que-caia indescritível. Não sei o nome do pano, mas sei que ele é beeeem levinho e não marca o corpo, fica solto, não emoldurando minhas banhas. A cor... hm... imagine um tye dye cinza, beje e verde. Imaginou? Agora imagine bonito, e não essa gosma hippie horrorosa que invadiu seus pensamentos. Pronto. Este é meu vestido, sem mais nem menos. Adorei porque ele é tão versátil que eu posso usar numa noite na praia com um chinelinho rasteiro ou numa ocasião chique como a minha formatura. Confesso que encontrar uma sandália que combine vai ser um pouco complicado. Eu detesto tons metálicos, como dourado, prateado e cobre, essas cores típicas de festa. Tenho uma semana pra me resolver.

Em suma, fiquei contente com o resultado. Ao contrário das minhas amigas, que estão há uns seis meses preocupadas com o vestido, gastando montanhas de dinheiro com costureira, lojas chiques e acessórios mirabolantes, eu posso dizer que não me estressei, não me endividei e du-vi-de-o-dó que exista alguém naquela festa com um modelito igual.

Porque alta costura, meus amores, é pra perdedores.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Oftalmologista, me add

Citando a famosa vilã Flora, cuja novela eu acompanhei na reta final, devido a um pai noveleiro, ontem me senti uma anta histórica.

No caminho de volta para casa fui andando na calçada em direção a duas mulheres de meia-idade que iam no sentido oposto. Ao me aproximar, acreditei conhecer uma delas, uma professora da minha universidade. Percebi que ela me começou a me encarar também, num olhar de mútuo reconhecimento. Paramos, demos aquele "Ooooooi, tudo bem?", "Tudo, e você?", beijos. Dái que eu começo a estranhar: esse não é o sorriso dela. E ela me pergunta "Você está indo lá". Eu respondi "Estou indo pra casa". É, definitivamente não a conhecia. Fingi estar tudo bem, dei um sorriso amarelo e disse "Então tá, tchau!" e fui embora, quase rolando pela calçada de tanto rir de vergonha.

Pensando bem, não é tão mal assim, quando na rua você encontra uma anta da mesma espécie que você.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Me very happy

Tudo bem que o Kibeloco é um blog pop, com zilhões de leitores, etc. Mas vai que algum desavisado que passa por aqui ainda não viu o vídeo com o volante Anderson, ex-Grêmio, ex-Porto, atual Manchester United. Então, num arroubo de vergonha alheia, resolvi compartilhar com meus estimados visitantes a maravilhosa entrevista concedida a um canal inglês de televisão.

Para aquelas que são professoras de England, em especial, eu dedico becos elas vão rir afta afta a long time.

Sem mais delongas, Anderson na língua de Shakespeare:

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Seu carro empata a minha vida

Tem certas coisas que me deixam putíssima. No meu Top 5 está o desrespeito ao coletivo. Numa cidade como São Paulo, onde o famoso ditado pode ser adaptado para "Manda quem tem carro, obedece quem é pedestre", a arrogância toma conta dos motoristas de forma tão grotesca que me choca diariamente.

Hoje, no meu caminho para o trabalho, passei na frente de um Frans Café. No local existem umas cinco vagas para carro, num recuo grande da calçada. Ainda assim, insatisfeitos por não haver mais vagas disponíveis e por não quererem pagar R$ 1,80 pela folhinha de Zona Azul, os clientes boçais do Frans Café simplesmente estacionam em cima da calçada. Hoje eu contei quatro carros estacionados na minha rota de passagem, um deles exatamente na esquina, na curva da rua, deixando cerca de 30 centimetros de vão entre seu carro e a mureta do Frans, para que os miseráveis e inferiores pedestres tenham a sua vez.

Como eu não sou de ficar quietinha, reacionaria no meu canto, ignorando as agressões impostas diretamente a mim, entrei no Café e fui falar com a caixa. Comecei perguntando pelo manobrista e ela me informou que ele não estava hoje. Então reclamei dos carros que estavam ocupando a calçada, do absurdo que isso significa e falei em alto e bom som para que o idiota que dirigia o Celta vermelho parado na esquina percebesse que seu carro bloqueava a passagem de pedestres. Disse que eu mesma tive dificuldades de passar e que um deficiente físico ou um idoso não conseguiria seguir caminho pela calçada, arriscando-se pela rua. Consegui constranger a funcionária e os clientes, que pararam para me ouvir. Não gritei, não fiz escândalo. Apenas reivindiquei aquele que é meu direito pleno, garantido por lei. Foi só dizer que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego, responsável pelas multas aqui em SP) estava a dois quarteirões de distância para eu conseguir ter a atenção das pessoas ao meu redor. Gostaria que outras pessoas não ficassem acuadas quando vissem tais abusos. Detesto essa apatia da maioria que acata violações diretas da própria liberdade. Acho que não adianta só culpar o outro na cabeça, tem que colocar o dedo em riste!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Tricô virtual

Hoje vi na página do Yahoo! um link para um blog que fala sobre a morte de uma ciclista em São Paulo. Li o post inteiro, que é longo e muito interessante. O autor fala da manifestação que os ciclistas fizeram ontem na Av. Paulista, onde a turma da Bicicletada se encontra normalmente (perto da Consolação).

Estou comentando isso aqui porque tenho percebido há algum tempo o poder dos blogs na opinião pública. Não sou ingênua, mas acredito que blogs são uma boa plataforma de livre expressão. Eu acompanho muitos, a maioria pelo prazer da leitura, pra dar risada do humor ou das histórias alheias. Mas há também os blogs que me fazem pensar, que fazem os outros pensarem. Muitas caixas de comentários acabam se tornando verdadeiros fóruns de discussão. Lógico que sempre tem aquele troglodita sem noção que perde a briga por não ter argumentos, apenas palavras rudes. Mas tem muita gente bacana e civilizada discutindo temas importantes, como no caso do atropelamento. Essa é uma questão particularmente importante para mim. Já sofri muito com a imprudência alheia no volante. Não quero chorar minhas pitangas nesse post, talvez num outro dia. Hoje vim dizer o quanto tenho explorado na blogosfera e quantas coisas legais eu já achei fuçando links. Deixando de lado as tranqueiras, percebi que acesso muito mais páginas pessoais do que sites de notícias ou "oficiais" (ai, que cacofonia horrorosa!).

Obrigada, portanto, amigos virtuais inteligentes e interessantes. Gosto do fato de explorar o que eu quiser, quando eu quiser. Acho fantástico poder escolher as minhas companhias internéticas. Ao contrário da vida real, a gente pode optar com quem vai trombar por aí.

Não sei se isso tudo faz sentido pra você, leitor. Pra mim faz e eu estou adorando essa nova realidade, quebrando meus tabus cibernéticos.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Peruando: update

Caras leitoras (homens, pulem dois posts),

minhas conclusões acerca da ida ao Shopping Paulista na tarde de ontem:

- A menor Zara que eu já vi na vida e com as roupas mais horrendas évah. Quase tudo o que estava em promoção era feio, rasgado ou não estava tão barato assim. A tal bota que eu queria ver se era bacana não era bacana. Os outros sapatos nem eram tão legais e, oh dear, confirmei uma suspeita que eu tinha há alguns meses, desde que todas as roupas que eu comprei em Barcelona descosturaram (mas eu achei que elas fossem de qualquer forma parar na Lefties). Acabei levando um super cardigã, já que a minha experiência diz que aquilo que não tem costura, não descostura. Nota: 4 (pode ser que você seja emo, aí você vai gostar)

- A Santa Lolla não tem estoque. Pelo jeito, a portinha nos fundos da loja deve ser o guarda-volumes das vendedoras. Todo e qualquer calçado que atiçou a minha vontade de estourar o limite do cartão não estava disponível no meu tamanho. Cheguei ao limite de perguntar se tinha algum sapato 38 e as moças disseram que venderam tudo. COMO ASSIM??? A loja tá trocando coleções, tudo bem, mas parou de vender 38? Perdeu inúmeros pontos comigo a exclusividade da Santa Lolla. Nota: 6 (porque os sapatos ainda são liiiindos)

- Sem outra opção, fui passar no Empório Naka. Os preços são os mesmos praticados pela Santa Lolla. Assim como a falta de sapatos 38. Pelo menos a moça foi procurar no estoque os pares que me atraíram (ou fingiu que lá tinha estoque, vai saber). No fim das contas, acabei levando a primeira sapatilha que vi na loja, que era a única e estava na vitrine. Compensei assim a minha lacuna de compras provocada pelas duas lojas supracitadas. Nota 7 (porque os tons de marrom eram todos claros e eu queria chocolate)

- Gatinha que sou, fui comprar underwear. Passei primeiro na ANYANY e descobri que o negócio deles é pijama e que o sutiã que eu experimentei me deixou com a comissão de frente parecida com a da Madonna vestida por Galliano. E ainda queriam 100 realetas pelo cone! Nota: 4 (porque é cara mas pode ter pijamas pra quem gosta)

- Continuando minha peregrinação atrás de roupas de baixo, fui na Jogê. Como eu queria ter mais dinheirinhos sambando na minha conta corrente! Tinha uma arara cheia de conjuntinhos lindos, bem feitos e sexy, sem ser vulgares (mas tinha uma arara de corpetes e calcinhas que eu nem sei como a turma veste. Pelo menos é para ocasiões que prevêem que aquilo tudo logo vai ser despido). Mas todos os bonitinhos custavam acima de 120 reais o conjunto. Daí que eu vi uma..... Bom, deixa de compartilhar a minha intimidade, pelo menos nesse sentido. Nota: 8 (porque tinha o que eu queria, mas gastei mais do que devia)

- Calor dos infernos! O térreo desse shopping simplesmente não é abençoado com o ar-condicionado. Agradeço a graça alcançada pelo privilégio de estar trabalhando sozinha e poder ir de mini-saia jeans para o escritório. Nota: +36° C

C´est tout! Fazia muitíssimo tempo que eu não ia ao shopping fazer compras como uma garota comum. E confirmo a minha opinião antiga: Odeio shoppings. Brechó, me add!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Peruando

Hoje é dia de virar povão. Como escreveu o Tio Xavier recentemente, o meu senso crítico perdeu uns 5% quando eu vi que a Zara entrou em promoção. Vou conferir hoje à tarde a veracidade do fato. Se assim for, eu quero a minha bota de R$ 49 que a Folha de S. Paulo alardeou. Digo isso porque a melhor bota do mundo é minha e eu comprei na Zara aos 14 anos e uso até hoje.

Vou aproveitar também pra passar o cartão na Santa Lolla. Vou pedir pra São Longuinho pra estar também em liquidação... se estiver, prometo três pulinhos no metrô, voltando pra casa com a sacola balançando mais um sapato liiindo de viver.

Viram como é bom não ter que comprar presentes de Natal? Sobra um dinheirinho a ser bem aproveitado em janeiro. Há anos que nossa família não é adepta do consumismo natalino. Não gostamos da obrigação de comprar presentes, mas amamos presentear fora de hora. Acho o cúmulo ficar indo atrás de lembrancinhas pra toda a turma, torrando a grana com gente que nem conhecemos bem. Prefiro ver uma coisa bacana em algum lugar, comprar, embalar e levar pra quem eu gosto muito. No Natal eu prefiro o jantar, as conversas, a tchurma toda dormindo em casa. Em janeiro eu gosto de achar que fui espertinha e só pisar num shopping quando está em promoção. Com isso eu mantenho com certa dignidade o senso crítico que me resta.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Simon´s Cat

Estava bastante entediada esses dias (e confesso que ainda estou) e recebi algumas sugestões de entretenimento online do meu namorado. A mais engraçadinha de todas é a série de vídeos do Simon´s Cat. Melhor do que tentar descrever, vou postar o meu vídeo preferido abaixo:



Owwwwwnnnnn

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Compartilhando pérolas familiares

Diálogo da minha prima de dois anos com o meu tio num avião que acabara de pousar em Salvador:

Tio: Olha quanta gente saindo pela porta!
Prima: Caramba!

Diálogo entre mim e minha mãe, que vive confundindo palavras depois de um grave atropelamento (mas ela tá bem, gente):

Mãe: Então o médico falou na consulta que o meu caso não é siderúrgico.
Eu: Siderúrgico?
Mãe: É, ele é terapêutico!
Eu: Mãe, é cirúrgico!

Diálogo à mesa de jantar, com toda a família, onde meu pai discutia como levar ingredientes brasileiros para o casamento da minha prima, na Inglaterra:

Irmã: Podia levar umas frutas tropicais, tipo papaya, manga...
Pai: Mas não pode levar nada fresco, tem que ser embalado, industrializado.
Irmã: Ah, leva as frutas evacuadas!
Coro: Embaladas a vácuo!

Diálogo entre mim e a minha irmã (que nunca foi atropelada, diga-se de passagem):
Eu: Ainda não sei como vai ser o Carnaval este ano...
Irmã: Você tá pensando em ir no Anhembi-Morumbi de novo? (Confundindo a faculdade com o sambódromo)

Tem muitas outras, mas eu preciso colocar a caixola pra funcionar...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Bundas-moles

Agora me diz que eu não tenho motivo pra reclamar:

O prédio onde trabalho tem 4 elevadores, todos eles disponíveis para uso. São elevadores modernos, rápidos e grandes, o que significa que nunca existe nenhum tipo de stress de espera. Ou melhor, existia.

Hoje eu cheguei depois do almoço no prédio, às 13 hs, pontualmente. No hall de entrada havia uma fila quilométrica de pessoas. Perguntei para o segurança se tinha acontecido alguma coisa (tipo, todos os elevadores quebrarem ou uma passeata sindical). Ele me respondeu que era apenas a fila para os elevadores. Fiquei chocada, pensando que talvez uma empresa tenha resolvido sair inteira no mesmo horário para confraternizar alguma coisa durante o almoço. E dá-lhe espera. Quando fui ver, o ponteiro eletrônico do elevador que acabava de partir parou no primeiro andar e ficou um tempinho lá, o que significa que a boiada estava sendo descarregada três metros acima da minha cabeça. Mais algumas viagens de outros elevadores, chega a minha vez. Qual não foi a minha surpresa quando outros representantes da espécie letárgica desembarcam também no primeiro andar.

Peeeeraí. A turma empaca TODO o prédio porque não consegue subir UM lance de escadas??? Pô, eu venho a pé da minha casa para o trabalho, que são 20 minutos debaixo de sol ou de chuva. Numa boa. Só que eu trabalho no 11o andar, então não rola chegar suando bicas no escritório. Mas a turma vem do restaurante alí na esquina e não consegue colocar a panturrilha pra funcionar por 30 segundos! E acha lindo ficar de papo no hall de entrada, dificultando inclusive a passagem de quem tem que passar pelas catracas.

Olha, não dou 15 anos pra 75% da boiada já ter sofrido um enfarto do miocárdio, diabetes ou trombose. Essa gente é da mesma corja daqueles que reclamam quando o carro não tem vidros elétricos ou quando o aparelho de som não vem com controle remoto.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Wisard x Fradique

Pra não dizerem que eu só reclamo, tiro sarro ou ridicularizo coisas, provo que Mary, a Sanguinária (ai, o trema...) também é cultura. Como diz a Dona Edith, aqui tem dica, coisinha. A minha sugestão para aqueles que gostam da Vila Madalena (zona Oeste de São Paulo, para os forasteiros) é o Empanadas Bar, na Wisard.

Ao contrário de 99% dos bares da Vila, o Empanadas conseguiu evitar a afetação. Fui ontem à noite pela primeira vez e pude comprovar com meus olhos míopes que não havia nenhuma fia de batinha, cabelón alisado e blush alaranjado circulando ao lado de qualquer marmanjo pit boy, com boné, regata e nike shox. Eu evito sair na rua Aspicuelta muitas vezes por não aguentar mais a invasão dessa gentalha nos bares que, até uns cinco anos atrás, eram reduto de pessoas que queriam sair com os amigos numa boa, sem pensar em maquiagem ou fazer carão. Agora, os bares da Vila têm fila de espera, salto alto, vallet custando 15 reais (parando o seu carro na rua) e umas porções caríssimas. Se eu quero tomar um chopp bem tirado, eu vou ao Genésio, na rua Fidalga, mas só no fim de tarde. À noite vira a mesma palhaçada dos outros.

O legal do Empanadas é que ainda conserva uma cara de boteco. Apesar de não ter chopp, compensa pelas maravilhosas... empanadas! Pelo gosto, deve ser receita chilena. A de carne é sensacional. Ao contrário dos outros bares, o preço da comida não é extorsivo (R$ 4, cada). Outra coisa importante: lá os garçons perguntam se você quer mais uma cerveja, ao invés de simplesmente tirar o seu copo quase vazio de chopp da mesa e trocar por um novo, sem ao menos você ter demonstrado vontade (como acontece, por exemplo, no José Menino).

Com jeito de bar honesto, indico pra quem quiser fugir um pouco da afetação da Vila. E parem o carro na rua. Se der sorte como eu ontem, o flanelinha nem vai aparecer...

PS: não, isso não é um publieditorial. Não ganhei nenhuma empanadinha sequer pra falar bem deles. E nem sou filha do dono.

I´m laughing at clouds

ODEIO essa fase temperamental do clima de São Paulo. Hoje saí toda contente de casa, de bermuda e blusinha, abraçando o sol e o calor com toda a minha alma. São 16:15 hs e a previsão que eu faço é que terei que sair daqui às 17 hs debaixo de garoa/chuva. O bacana é que eu vou e volto a pé pra casa, num percurso de 20 minutos muito tranquilo (não achei o abandonado trema no meu teclado desconfigurado). Mas quem disse que tem ônibus daqui até lá????? Só se eu desse uma volta super desnecessária passando por todos os bairros de São Paulo. Como eu não tô afim de fazer horas de citytour, vou abraçar a chuva e dar uma de Gene Kelly...

- What a glorious feeling!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Papo de mulherzinha

Eu nunca soube dizer qual é o meu estilo. Acho que tendo ao básico, já que a minha combinação infalível muitas vezes é o jeans e camiseta branca. Ultimamente, percebi que saio de casa às vezes com cara de indie, culpa das skinny, provavelmente, que se apaixonaram pelas minhas pernas finas. Outras vezes, num ataque de esquizofrenia, saio de casa com uma cara cinquentinha, com saia nos joelhos e cintura alta, como fiz no Ano Novo. Já pensei que meu estilo pudesse ser baseado nos meus acessórios. Acho que eu me visto como uma tela branca, neutra, e sempre coloco um lenço, um chapéu, um dos meus anéis gigantes, usando cores nos detalhes.

Outro dia eu estava conversando com uma amiga e ela me perguntou que estilo que eu gostaria de ter quando fosse "mais velha". Eu comecei a pensar nas mulheres de 40, 50 anos que eu conhecia e que eu acho bonitas de uma forma completa. Cheguei à conclusão que eu gosto do estilo clássico, atemporal. É o que eu considero elegante. Lógico que todos somos falíveis às pressões da moda e acabamos digerindo aquilo que antes achávamos horrível. Ou somos tão vulneráveis que consumimos sem saber se aquilo durará mais de uma temporada ou se nos cai bem.

Hoje eu vi uma foto que transmitiu perfeitamente o que eu considero belo no quesito roupas. Anne Hathaway (aquela do Diabo Veste Prada) conseguiu estar impecável na sua combinação, sem parecer uma senhora saída do Casablanca, com o trench coat creme. Anne Hathaway, me add!

- E vê se me manda o nome da loja de sapatos por testimonial!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Minhas férias

Pra ser sincera, minhas duas semanas de folga não foram especialmente empolgantes. A preguiça que me acometeu nos últimos dias deve ser estudada pelos pesquisadores de Harvard. É impressionante como a combinação de sono e gravidade é perigosa. Todas as manhãs tive que lutar com uma força descomunal comigo mesma para sequer abrir os olhos, quanto mais levantar-me. Ou seja, meus dias se resumiram à milenar arte de dormir como um urso, ler, assistir a todos os filmes que caibam no disco-rígido do meu cérebro, comer três boas refeições diárias, preparadas pelo mestre-cuca Papai, acompanhar os últimos capítulos da novela (também responsabilizo o homem da casa, que virou noveleiro), dar um jeito no meu quarto, etc. Enfim, cocei, cocei, cocei até dizer "quero mais!". Olha, eu até gostaria de ter sido mais ativa, de ter brincado com os animais, de ter saído todos os dias com meus amigos, de ter tomado sol até desidratar como uma tâmara... mas fiquei resfriada logo depois do Natal, o que elevou meu estado de letargia à quadricentésima potência.

Mas vamos aos fatos de fim/começo de ano:

- Finalmente chegou o verão! Não aguentava mais ficar de lenço no pescoço até mesmo em dezembro! Agora é época de ficar com a depilação em dia (comprei "`a prestação" um Satinelle, no Magazine Luiza, porque a Ana Hickmann me convenceu que nove entre dez estrelas de Hollywood usam), de usar roupas curtas sem se sentir vulgar (hm, quero dizer, isso não se aplica a todas), de tomar três banhos por dia, de sentir menos fome e emagrecer sem esforço, de ficar com o tom de pele beje, ao invés do cansativo "branca de neve". Também seria a época de ir à praia e encontrar o nirvana lagarteando na areia do Litoral Norte. Mas essa não será a realidade deste verão e, infelizmente, a Senzala me aguarda já na segunda-feira.

- Com o verão, chegou o dilúvio. Com a água, vêm os problemas. Logo no dia 24, quando celebramos a ceia aqui em casa, com familiares, amigos, gato, cachorro, papagaio, malabaristas, escola de samba, truques de mágica e coral das meninas de Petrópolis, São Pedro decidiu que o interior de São Paulo deveria se refrescar. Mandou seus anjos jogarem 35 piscinas olímpicas cheias em cima da minha casa. Pra compensar então a queda de energia que sempre acomete a parte rural (oi, a minha casa) da cidade, S. Pedro resolveu ser generoso e jogar uns raios pra iluminar o horizonte. Foi lindo. Passamos algumas horas à luz de velas. Felizmente, nenhum trupicão foi mais sério. O incidente mais grave foi quando minha prima de dois anos derrubou uma vela no tapete, colorindo-o de azul. No mais, o blecaute serviu para que ninguém reparasse no meu esmero em decorar a casa com muito bom gosto. Por outro lado, ninguém conseguiu ver direito os presentes que recebeu, evitando, assim, qualquer cara de desgosto...

- O ano novo escapou por pouco das chuvas assassinas. Na noite do dia 31 fomos para Cotia comemorar o Reveiôn na casa de amigos, onde costumávamos passar quando eu era mais nova. Ao contrário dos anos passados, a festa foi pequena, mas ainda assim muito agradável. A casa deles é linda e tem muito espaço. Cada um levou alguma coisa para a ceia de queijos e vinhos, o que resultou num jantar delicioso regado a bons Malbecs argentinos (mode Vitor Fasano OFF). Ficamos observando os fogos alheios (comprado com dinheiros também alheios) da sacada e voltamos pra casa, sem ter enfrentado empurra-empurra, gente bêbada mala, falta d'água, trânsito, axé ou cacos de vidro enterrados na areia. No dia 1o, sem ressaca etílica ou moral, fomos pra chácara do meu tio, passar o dia inteiro torrando no sol, nadando na piscina, jogando vôlei, tomando caipirinha, comendo bacalhau e desfrutando um dolce fa niente digno. Magnífico, igualmente imune a todas as pentelhices descritas acima.

- Também confirmei a chegada da minha encomenda européia para fevereiro. O Sr. Namorado ficará dois meses em Terra Brasilis. Já estou sofrendo por antecipação!

- No mais, minha vida tem se resumido a evitar que a goteira no meu quarto atinja meus pertences valiosos, a lamentar a volta ao batente (e ao consequênte stress paulistano), a suprir a falta da empregada (oh, vida!) e a me entupir com as lichias que superlotam o nosso jardim. Como disse, os últimos dias não foram muito emocionantes. Mas 2009 promete novas histórias, afinal, eu não acredito na Humanidade.

PS: que se foda a reforma ortográfica. Aqui não pretendo mudar nada.
PS2: sim, as fotos que ilustram este post são de minha autoria e foram tiradas nas ocasiões descritas nos ítems. Não estou preocupada se ficou esteticamente bonito. Nunca fiz editoração, aula de gráfica e essa URL é minha e eu faço o que quiser com ela. Prontofalei.