Que o mundo está cheio de incompetendes, todos já sabem. Eu sei que eu vou chover no molhado neste post, mas é que ontem tive três exemplos de que os chefes não dão a mínima por contratar pessoas que não sabem nem quanto são dois mais dois.
Situação número um: o telefonema que eu tive que fazer à tarde, do meu estágio, para uma universidade nos confins deste país. Eu liguei para a faculdade de agronomia dessa instituição para perguntar o e-mail de contato. Um homem atendeu o telefone e eu fiz o meu pedido:
- Boa tarde, eu gostaria do e-mail da Faculdade de Agronomia, por favor.
- Olha, eu não sei informar, não.
- Mas eu não liguei pra Faculdade de Agronomia?
- Ligou, mas não tem ninguém do departamento aqui.
- Mas o senhor não sabe nem o e-mail para contato?
- Só um instantinho. (voz abafada: Ô Josicreysson, sabe qual o e-mail da faculdade?). Ó, não sei não.
- Tá. O senhor sabe pra quem eu posso ligar para pedir a informação?
- Peraí. (novamente: Ô Josicreysson, qual é o telefone lá da cidade?). Ó, moça, é o 5555-5555.
- Obrigada
Querido leitor, achemos os erros desta conduta: primeiro que não havia NINGUÉM da secretaria da faculdade numa tarde de sexta-feira, em pleno expediente. Segundo, deixaram para atender o telefone um indivíduo que não sabe dar nenhuma informação que não seja para contar se está chovendo ou fazendo sol. Terceiro que deixaram de auxiliar dele um outro indivíduo que sabe quase tão pouco quanto ele (sabe também dizer qual é o dia da semana). Vale ressaltar que esta é uma universidade FEDERAL, o que nos coloca na condição de contribuintes feitos de bobo, pois pagamos o salário dessas mentes desprivilegiadas.
Situação número dois: fui ao cinema com uma amiga, à noite, para ver Lemon Tree (magavilhouso). Saímos da sessão e vimos o stand da 32a Mostra Internacional de Cinema. Minha amiga queria comprar a programação da Mostra e saber se dá pra comprar os ingressos com antecedência. Começou que o moço atrás do balcão não soube responder essa pergunta, digamos, fundamental. Ele teve que chamar outra moça para responder. A moça chegou, nós perguntamos, e ela disse que... não sabia! Ela falou que no cinema onde estávamos era permitido retirar ingressos com ,no máximo, uma hora de antecedência. Minha amiga disse que num outro cinema de que ela tinha conhecimento era permitido retirar com maior antecedência. A moça falou que não sabia dizer quais podiam e quais não podiam, que tipo de conduta era mais freqüente, nada. Minha amiga perguntou se existia alguma informação impressa sobre isso, talvez no guia que ela acabara de comprar. Moça responde que não. Eu, contendo o meu tom de megera-puta-da-vida, comentei: ¨Podia padronizar ano que vem, ficaí a dica¨. Não sei como me mantive tão calminha. A culpa também não era da moça se não há um padrão de venda de ingressos. Mas, pô, custava o povinho contratado para a semana na Mostra ao menos LER o panfleto deles? O povo não vai lá no stand só pra comprar camiseta, xícara, camisinha da Mostra. Mais que tudo, eles deviam se preparar para dar informações, aquelas gratuitas.
Situação três: o local do crime foi no Café Viena da Livraria Cultura, no Conjunto Nacional. Eles têm um bufêzinho, onde, como na rede Viena, você pega a sua comida e paga no caixa. Eu havia olhado o cardápio para ver as opções antes de empacar a fila. Eles têm uma oferta de sanduíches quentes e frios, que são iguais, só variam na temperatura. Entrei na fila, decidida que comeria um sanduíche de rosbife quente. Como eu estava com pressa, perguntei para a atendente detrás do balcão:
- Tem sanduíche de rosbife quente?
- Não, tem sanduíche quente não, só esses frios na esteira. (que inclusive comportava dois exemplares do de rosbife)
- Mas tá no cardápio.
- ´Pera só um instante (foi perguntar para a outra colega)
- Então?
- Precisa esquentar só.
- Quanto tempo demora?
- Uns cinco minutinhos.
Depois dessa, eu desisti. Se ela nem sabia o que constava no próprio cardápio e o café estava cuspindo gente pra fora, de tão lotado, eu não podia confiar na informação. Enfiei güela abaixo o sanduíche frio mesmo, tentando não destroçá-lo com a faca absolutamente sem corte.
Olha, nos velhos tempos da minha tenra infância, o Viena era bem melhor, atendimento idem. Daqui a pouco eles vão conseguir acabar com o que lhes resta de bom: a torta de limão!
sábado, 18 de outubro de 2008
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2 comentários:
Pode dizer que a faculdade era carioca.
não era, era mais oiapoque-chuí do que do rio...
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