sábado, 3 de janeiro de 2009

Minhas férias

Pra ser sincera, minhas duas semanas de folga não foram especialmente empolgantes. A preguiça que me acometeu nos últimos dias deve ser estudada pelos pesquisadores de Harvard. É impressionante como a combinação de sono e gravidade é perigosa. Todas as manhãs tive que lutar com uma força descomunal comigo mesma para sequer abrir os olhos, quanto mais levantar-me. Ou seja, meus dias se resumiram à milenar arte de dormir como um urso, ler, assistir a todos os filmes que caibam no disco-rígido do meu cérebro, comer três boas refeições diárias, preparadas pelo mestre-cuca Papai, acompanhar os últimos capítulos da novela (também responsabilizo o homem da casa, que virou noveleiro), dar um jeito no meu quarto, etc. Enfim, cocei, cocei, cocei até dizer "quero mais!". Olha, eu até gostaria de ter sido mais ativa, de ter brincado com os animais, de ter saído todos os dias com meus amigos, de ter tomado sol até desidratar como uma tâmara... mas fiquei resfriada logo depois do Natal, o que elevou meu estado de letargia à quadricentésima potência.

Mas vamos aos fatos de fim/começo de ano:

- Finalmente chegou o verão! Não aguentava mais ficar de lenço no pescoço até mesmo em dezembro! Agora é época de ficar com a depilação em dia (comprei "`a prestação" um Satinelle, no Magazine Luiza, porque a Ana Hickmann me convenceu que nove entre dez estrelas de Hollywood usam), de usar roupas curtas sem se sentir vulgar (hm, quero dizer, isso não se aplica a todas), de tomar três banhos por dia, de sentir menos fome e emagrecer sem esforço, de ficar com o tom de pele beje, ao invés do cansativo "branca de neve". Também seria a época de ir à praia e encontrar o nirvana lagarteando na areia do Litoral Norte. Mas essa não será a realidade deste verão e, infelizmente, a Senzala me aguarda já na segunda-feira.

- Com o verão, chegou o dilúvio. Com a água, vêm os problemas. Logo no dia 24, quando celebramos a ceia aqui em casa, com familiares, amigos, gato, cachorro, papagaio, malabaristas, escola de samba, truques de mágica e coral das meninas de Petrópolis, São Pedro decidiu que o interior de São Paulo deveria se refrescar. Mandou seus anjos jogarem 35 piscinas olímpicas cheias em cima da minha casa. Pra compensar então a queda de energia que sempre acomete a parte rural (oi, a minha casa) da cidade, S. Pedro resolveu ser generoso e jogar uns raios pra iluminar o horizonte. Foi lindo. Passamos algumas horas à luz de velas. Felizmente, nenhum trupicão foi mais sério. O incidente mais grave foi quando minha prima de dois anos derrubou uma vela no tapete, colorindo-o de azul. No mais, o blecaute serviu para que ninguém reparasse no meu esmero em decorar a casa com muito bom gosto. Por outro lado, ninguém conseguiu ver direito os presentes que recebeu, evitando, assim, qualquer cara de desgosto...

- O ano novo escapou por pouco das chuvas assassinas. Na noite do dia 31 fomos para Cotia comemorar o Reveiôn na casa de amigos, onde costumávamos passar quando eu era mais nova. Ao contrário dos anos passados, a festa foi pequena, mas ainda assim muito agradável. A casa deles é linda e tem muito espaço. Cada um levou alguma coisa para a ceia de queijos e vinhos, o que resultou num jantar delicioso regado a bons Malbecs argentinos (mode Vitor Fasano OFF). Ficamos observando os fogos alheios (comprado com dinheiros também alheios) da sacada e voltamos pra casa, sem ter enfrentado empurra-empurra, gente bêbada mala, falta d'água, trânsito, axé ou cacos de vidro enterrados na areia. No dia 1o, sem ressaca etílica ou moral, fomos pra chácara do meu tio, passar o dia inteiro torrando no sol, nadando na piscina, jogando vôlei, tomando caipirinha, comendo bacalhau e desfrutando um dolce fa niente digno. Magnífico, igualmente imune a todas as pentelhices descritas acima.

- Também confirmei a chegada da minha encomenda européia para fevereiro. O Sr. Namorado ficará dois meses em Terra Brasilis. Já estou sofrendo por antecipação!

- No mais, minha vida tem se resumido a evitar que a goteira no meu quarto atinja meus pertences valiosos, a lamentar a volta ao batente (e ao consequênte stress paulistano), a suprir a falta da empregada (oh, vida!) e a me entupir com as lichias que superlotam o nosso jardim. Como disse, os últimos dias não foram muito emocionantes. Mas 2009 promete novas histórias, afinal, eu não acredito na Humanidade.

PS: que se foda a reforma ortográfica. Aqui não pretendo mudar nada.
PS2: sim, as fotos que ilustram este post são de minha autoria e foram tiradas nas ocasiões descritas nos ítems. Não estou preocupada se ficou esteticamente bonito. Nunca fiz editoração, aula de gráfica e essa URL é minha e eu faço o que quiser com ela. Prontofalei.

2 comentários:

Carlota disse...

Primeiro, INVEEEEEJA do pé de lichia na foto. Minha mãe nunca conseguiu fazer o dela vingar, lá em Soroland. Mas só de raiva comi uma caixa inteira sozinha ontem.
Segundo, apoiadíssima quanto à reforma ortográfica. Pra mim, que se foda também. Depois de véia, não vou aprender nada.
AMAY o blog!!!
Beijos!

Red disse...

Essa ilustre casinha fica em Cotia, é? Ah, tá, vou aparecer lá para pedir um pãozinho!