quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Sem cerimônia

Então que ontem foi a colação de grau da minha turma.

Aquela coisa toda, né? Decoração cafona, com flores penduradas (caídas) numa mesa coberta de um pano azul-royal, música de um, cof, coral (que na verdade eram duas pessoas, um homem e uma mulher, acompanhados por um teclado), mestre-de-cerimônias com a voz grave e problemas com próclise, ênclise e mesóclise e uma horda de pais orgulhosos, formandos sorridentes e um total discenso em relação ao dress code da cerimônia.

Eu me acomodei no fundo da platéia, junto aos meus amigos igualmente não pagantes daquela festa. No fim das contas, todos concordamos que foi ótimo não ter aderido ao pacote da colação de grau que, sozinha, custava 700 reais (naonde que a uma hora de cerimônia custou tanto???). Nada saiu do script. Antes da entrada dos formandos e suas becas, os cantores cantaram em solo (ai, meus ouvidos) uma música cada um. Detalhe: eram músicas bregas de dor-de-cotovelo. Oi? Cadê aqueles clichês de "Amigos para Sempre", "We are the champions" ou similares? Enfim. Depois da devida acomodação dos formandos "oficiais" (pagantes), o tal do mestre-de-cerimônias começa a ladainha.

Ok, este é um capítulo à parte: foi anunciado o vice-coordenador do curso. Alô-ou? O meu coordenador nem sequer deu as caras na colação. O cara é tão ausente, tão ridículo, tão %!#%@?^ (insira o insulto de sua preferência) que teve a pachorra de não prestigiar a nossa formatura. Não bastasse isso, o vice-coordenador, encarregado de iniciar a cerimônia oficialmente, diz "Declaro a abertura dos trabalhos". Oh dear, parece que a gente está em uma conferência e que a mesa em cima do palco é composta de acadêmicos que vão discutir algum tema na rodada, e não um grupo de acadêmicos homenageados com flores e discursos piegas.

Em seguida, vieram as falas das duas oradoras das turmas. A da minha sala fez um discurso divertido, provocando muitas risadas. A da outra sala provocou vergonha alheia, proferindo um discurso confuso, superficial e tropeçando diversas vezes na leitura da sua cola. Shame shame shame.

Logo após, os dois paraninfos tomaram o palanque. O nosso, confuso como sempre, acabou dando uma aula no lugar de uma lição de vida aos formandos. O outro conseguiu ser tão poético que um cisco quase entrou no meu olho.

Acredito que nessa ordem, posteriormente vieram as homenagens aos professores e pais (com direito a flores de cada formando para sua família, o que gerou um certo congestionamento de pessoas perdidas entre as fileiras dos assentos do teatro) e finalmente o juramento, que eu nem sabia que existia para o meu curso.

Mais uma música descontextualizada ("Abra suas asas, solte suas feraaaas") e fim.

Na verdade, a noite não foi ruim. Eu me diverti com a obviedade da coisa toda e depois da cerimônia fui com meus amigos (pagantes com suas famílias e não pagantes sem) para uma pizzaria. Lotamos várias mesas e nos empanturramos enquanto jogávamos conversa fora, hidratados com muito chope.

O saldo, sem dúvida, foi positivo. Adoro a minha turma, a minha panelinha da faculdade. Reconheço o que cada um representa pra mim. E sim, vou sentir falta dos tempos passados com eles diariamente nas carteiras da faculdade. Mas devo confessar que pra mim é muito mais significativo o que vamos fazer hoje e amanhã, que é ir ao bar comemorar o aniversário da minha amiga e na quinta revelar o amigo-secreto. Sem pompa, sem circunstância eu quero poder brindar e rir dos quatro longos anos que passamos juntos.

2 comentários:

Cheshire cat disse...

Oi, é a Tia Paula! Passei só para avisar que agora blogo em outra freguesia:
allmad-here.blogspot.com

Gabriela Martins disse...

Formatura e colação de grau é tudoamemamerda, não é?!

Pior que em casa nem posso abrir a boca pra falar isso ou comemorar que no meu novo curso não tem essas bossas, que já me chamam de azeda e chata.